Nem vou questionar o resultado, o que me incomoda é a insuficiência técnica
e tática do Atlético. Frequentes erros de passe, chegadas na linha de fundo mal
aproveitadas com o descarrego inconsequente da bola sobre a área, o lançamento
longo da defesa para a raspadinha lotérica, vai ver a amiga bola resolve nos ajudar, cai nos pés de Ederson e sai o
gol atleticano.
O amigo vai dizer, o Atlético joga pelos lados do campo, chega com os seus
laterais na linha de fundo e eu vou perguntar: “E daí?”
Que adianta se com todas as condições de colocar companheiro em boas
condiçôes de arremate o cruzamento sai do outro lado do campo, esbarra no
primeiro defensor, ou vai no peito do adversário no meio da área.
Leio todos os dias no site do Atlético os treinamentos da equipe. È o grupo
dividido em quatro para treinar a marcação, dois grupos separados para
controlar a posse de bola, é uma hora de finalização, é um dia de bola parada,
meses assim e o resultado de tudo isso é a baixa qualidade técnica ofensiva,
uma retaguarda dependente do auxiliar, sempre pronto a sinalizar o impedimento
do adversário, não fosse ele, era um atrás do outro.
E quando aos 32 do segundo tempo tudo dá certo, o gol sai no chute de
Botelho, o empate surge minutos depois. O que a defesa do Atlético estava
fazendo no meio de campo no final da partida, aberta ao lançamento longo para
Barcos, quando tinha que estar plantada na frente da área, um zagueiro agarrado
na camisa do argentino?
O Atlético está como o governo do PT, ainda não entendeu o que a torcida
grita todo dia, “zagueiros por favor”, “laterais por favor”, “arrumem a defesa
por caridade”, fica contratando volantes e atacantes para encher a prateleira,
insiste na linha burra com dois zagueiros com a velocidade de um Ford bigode,
por favor, já me basta dona Dilma e companhia.
O nível técnico dos jogadores do Atlético não vai melhorar com o passar do
tempo. O que tem é isso aí, com qualidades e defeitos. Inexiste alguém que
desequilibre, possa matar o jogo com sua habilidade única. Então, se vai ser no
esforço, na raça, é necessário achar alguém para organizar, do jeito que está
não vai a lugar nenhum.
No jogo contra o Grêmio, na estreia na Vila, um dia lindo, sete mil
torcedores em campo. Se você acreditar que 14 mil pagam regularmente suas
mensalidades e entram no jogo sem gastar nenhum, fica clara a desilusão do
torcedor com o andar da carruagem. A cobrança da onça para a arquibancada
coberta revelou-se memorável tiro no pé.
Temos que repensar o futebol enquanto ainda estamos a meio caminho, tomar decisão
que mobilize o torcedor, tire-o deste marasmo horrível.
Precisamos de alguém que organize o time em campo, alguém com alguma
prática, que consiga ver os erros que esbravejam nas quatro linhas e
consertá-los em semanas. Com o coração em pedaços, acho que já deu para o
senhor Ricardo Drubscky. Que volte o Ney Franco.
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