terça-feira, 16 de julho de 2013

NEM PRO EVANGELINO

Depois da derrota para o Coritiba, a saída de João Alfredo da vice-presidência de futebol do Atlético foi a notícia do dia. Os coxas na liderança e em paz tomaram seus cafés da manhã deliciados com a tormenta atleticana. Eu disse que dois maus resultados contra Grêmio e Coritiba iriam virar a casa de cabeça para baixo. Virou.

João Alfredo reassumiu dois meses atrás o cargo que havia abandonado, deu seus pitacos nas reuniões, não foi ouvido e pediu o boné. Afundou atirando.

Sou acostumado ao que se chama no Exército de trabalho de estado-maior. Surge um problema, é estudado, alguém apresenta solução, os componentes do staff opinam, o comandante decide. Nada demais reside em que suas opiniões não sejam aceitas. O comandante é o responsável por tudo que acontece e deixa de acontecer, é ele que enfrenta o capa preta, é ele que decide. Quando o Atlético perde a orelha que esquenta é a do Petraglia.

O seu João fez isso, opinou e não ganhou. Achou que, pela relevância do cargo exercido, suas opiniões mereciam melhor análise, afinal, segundo diz, exerceu trabalho relevante na volta do Atlético à primeira divisão. Não foi ouvido, não foi útil, voltou para casa.  Sem precisar de salário, liberto pela autossuficiência econômica, agiu com correção.

O que não precisava era ir para a imprensa botar a boca no trombone, criticar a dificuldade em mudar o pensamento do comandante, coisa que até o meu pipoqueiro paranista reconhece. O amigo velho queria o Petraglia no Paraná, mas pensaria dez vezes antes de lhe vender uma franquia da sua carrocinha.

Ao abrir a imensa boca tumultuou, deixou a coxarada em êxtase. Tivesse se afastado quieto, ninguém precisava saber da sua saída, começado a armar sua chapa independente para a próxima eleição teria feito melhor trabalho, sido mais útil ao Furacão. Fecha o capítulo João Alfredo.

Torcedores atleticanos reclamam da arbitragem. O que temos que entender é que o Coritiba usa muito melhor a arbitragem do que nós. Vejamos.

Na semifinal do Paranaense, Rafinha foi jogar sobre Leo até conseguir o amarelo que o tirou da final. Leo estava incomodando uma barbaridade no sub-23. No jogo de domingo, Botelho tomou tapa no pé da orelha, caiu em desespero e levou o amarelo. Devia levar, como devia levar Robinho pela atitude violenta. O coxa passou em branco. No segundo tempo, Alex foi jogar sobre Botelho, conseguir sua expulsão, o amigo sabe o final da história.

Que a arbitragem favorece ao Coritiba não é de hoje. É histórico. O jogo de ontem foi um mar de tranquilidade. Em anos anteriores quantos atleticanos foram expulsos ainda no primeiro tempo do clássico. O Atlético cai nessa armadilha porque quer. Gosta de parecer um time sanguíneo, responde às provocações, facilita para a arbitragem e entrega as partidas para as flores do campo.  

O segredo para dar a volta na arbitragem é ter time competente. Quando o Atlético teve time, não adiantou arbitragem, não adiantou treme-treme, não deu nem pro Evangelino.

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