terça-feira, 9 de julho de 2013

SOLUÇÃO CASEIRA

Com o coração em pedaços pedi o afastamento de Ricardo Drubscky. Os meus motivos são os mesmos de todos aqueles que assistem aos jogos do Atlético, enxergam defeitos táticos persistentes, deficiências técnicas individuais perpetuadas depois de meses de treinamento. Confesso que muito resisti a demitir o treinador nos meus pensamentos, dei-lhe todas as oportunidades, até entender que ir além seria prejudicar demais o Furacão.

Semanas atrás, o senhor Ricardo e o preparador físico Moracy Santana deram declarações culpando a falta de jogos pelo mau rendimento da equipe, a intertemporada teria sido prejudicial ao Atlético. Era o sinal de que as coisas não caminhavam bem, tudo fora feito e os resultados estavam longe dos necessários ao duro caminhar na série A. Ali o treinador encaminhou sua despedida.

Na realidade, o Furacão 2013 nunca foi bem. Nos jogos treinos nunca conseguiu uma vitória consistente, o último, contra o Cuiabá, acabou em deprimente empate. Os jogos da Copa do Brasil foram contra adversários tão frágeis que impossível seria estarmos fora da próxima fase. No Brasileiro, 6 pontos em 18 jogados, a única virtude a eficiência ofensiva. A linha burra apontada pelo zagueirão Edinho contra o Flu na volta à série A continua firme na sua vida de crimes. Até hoje o treinador nada fez.

Pode-se colocar em seu socorro a falta de jogadores de qualidade. Impossível negar. Amigo que desceu o cacete na minha coluna de domingo dizia que tudo estava bem, quando chegassem os zagueiros, os reservas para as laterais e um goleiro, que não é o Santos, tudo iria melhorar. Ele só quer um time novo. Eu não quero tanto, mas choro por zagueiros há meses.

Certo é que o senhor Ricardo conhecia perfeitamente seus jogadores, suas qualidades e defeitos, tinha que ter moldado o time de forma a ajustar coberturas, fortalecer apoios mútuos, prever soluções para cobrir vulnerabilidades, teve todo o tempo para isso, nada fez.

A defesa sofre por jogar em linha, Botelho vai mais ou menos no ataque, é fraco na marcação. Por que não jogar com três zagueiros? Tem-se cobertura defensiva e dá-se liberdade para Botelho fazer o que gosta, menores os riscos defensivos. Nem essa nem qualquer outra atitude foi tomada. O Atlético só não leva gol por falta de apetite do adversário.

A final da tarde o senhor Ricardo caiu. Treinadores caem sempre, inexiste virtude em prognosticar a queda dos professores. O Atlético deu um tremendo alento à sua carreira, ele nos levou à primeira divisão, fica um pelo outro. Vou ficar com saudades das suas entrevistas, das “coisas boas” sempre vistas.

O Delegado, que diz ter o Atlético elenco excepcional – Ai! Ai! Ai! –, está atrás do novo treinador, os salários altíssimos, eu não pagaria salário de Muricy nem para o Guardiola. Falei em Ney Franco, se for tão caro como dizem, esqueça-se.

Fico então com o Prof. Bernardes, já está aí, já jogou com os coxas algumas vezes, conhece os jogadores, sabe deficiências, fortalezas, colocou para andar o Super-23, desnecessária a penca de agregados que compõe a entourage de qualquer treinador, verdadeiros chupins da bola. Assim caiu Jorginho, assim ascendeu Nhô Drub. Na falta de grana, de algo melhor, fico com a solução caseira.

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