domingo, 14 de julho de 2013

FEIO DEMAIS

Acabou o jogo e fui indignado falar com o meu anjo rubro-negro. Encontrei o danado aos palavrões, as asas em frangalhos, quando percebeu minha aproximação se recompôs e foi falando sem me dar chance: “Não vem que não tem, sou só um anjo, não faço milagre”.

Fiquei desarmado, as faces afogueadas, os caracóis em desalinho comprovavam o abalo nervoso do enviado das alturas. Se já estava com pena de mim, irritado com o sofrimento que imponho ao meu velho coração, pena maior tive do desconsolado, fui buscar um copo de água com açúcar para o amigo dos céus. Irmãos rubro-negros... Foi pracabá.

Quando o treinador tem a criatividade do tamanho de uma ervilha, escala três volantes, pede raça e sonha com a vitória. Assim foi com seu Alberto, uma extensão do Nhô Drub. Tivesse o Atlético respeito pelo dinheiro que gasta mandaria o incompetente embora amanhã. Com Nhô Drub e Alberto no comando do Furacão, pode-se hoje avaliar o tamanho do milagre que foi voltar para a série A. Os anjos ajudaram muito.

O esquema do seu Alberto funcionou na dimensão da sua possibilidade. Melhorou a marcação, teve o controle do jogo, impediu Alex de jogar, mas foi deficiente no ataque, como tinha que ser, ninguém poderia querer algo melhor. O esquema funcionou perfeitamente.

Começa o segundo tempo e Alex vai jogar pela ponta direita, explorando que jogador rubro-negro? Aquele que desequilibra... Desequilibra para o adversário. Quem? Quem? Quem? Pedro Botelho. Botelho leva um drible em meio metro, evita a falta para não ser expulso, a bola é cruzada, gol. Alex matou a partida. Vou a pé até o ferry-boat de Guaratuba comprar uma cocada branca para quem achar que Botelho joga futebol de nível.

Alberto não teve a criatividade para montar o Atlético em uma semana, não teria capacidade de arrumar o time depois do gol coxa. O time se perdeu. Essa gente que vai chegando, pedindo uma beirada, nunca dá certo.

Outro na hora de aproveitar o sol carioca, cuidar dos netos é o seu Antonio Lopes. Um time que em julho só tem Botelho para a lateral-esquerda, nem reserva tem, zagueiros em dose homeopática, volantes cada dia chega um, atacantes idem, tem que ir catar coquinho em Copacabana. Chega. Cada um tem o seu limite. O limite do delegado foi dentro do campo. Vou a pé até o ferry-boat de Guaratuba comprar uma cocada preta para quem achar que a política de contratações do Atlético tem algum grau de correção.

O amigo vai dizer que estou esquecendo o gol incrível perdido por Marcão. Marcão vai estar em rede nacional uma semana. O importante é salientar que o gol perdido foi fruto de lance isolado, nada resultante de futebol organizado, de pressão do Atlético em final de jogo.

Fico com o meu vizinho. Manda o Alberto e o Antônio Lopes cuidar da vida, o Atlético não é casa de caridade, e contrata uns dois para a defesa. A torcida tem que apoiar o seu Mancini. Temos um elenco indigente em posições chave e diretor de futebol que não sabe definir necessidades. Se faltar apoio, vai ficar feio demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário