quarta-feira, 24 de julho de 2013

CRAQUE DA CAMISA DOIS

Em 1958, escutei pelo rádio a final da primeira Copa do Mundo vencida pelo Brasil. Quem estava na foto da “canarinho” campeã do mundo? O mestre Djalma. De Sordi, o lateral-direito titular em todas as partidas, sentiu contusão e foi substituído por Djalma Santos. Jogou uma partida e foi escolhido para a seleção da FIFA, craque da competição inesquecível.

Em 1962, final contra a Tchecoslováquia, Djalma cruza a bola alta na área, o goleiro Schroiff se atrapalha, Vavá se aproveita, 3 a 1, olha o mestre na foto novamente. Em 1970, no meu primeiro campeonato Paranaense, quem está na foto ao lado do presidente Passerino? O velho mestre Djalma.

O craque, que com tantos outros gênios me fez um apaixonado pelo futebol, morreu. Começou na Portuguesa e encerrou sua carreira no Atlético em 21 de janeiro de 1971, com 41 anos de idade. Quando se diz que o futebol tem hierarquia, e nesta o Brasil está em primeiro lugar, é necessário voltar no tempo e glorificar os craques que nos legaram cinco copas do mundo.

Djalma Santos é estrela de uma constelação de super-jogadores que fizeram o mundo descobrir o Brasil. Com eles deixamos de ser representados pela bandeira de Portugal, ou com o “Ordem e Progresso” de cabeça para baixo.

O sorriso do Djalma vai deixar saudades. Craque na defesa, nunca expulso de campo, vai deixar o exemplo. Vai encontrar Bellini, outro bicampeão do mundo a encerrar a carreira no Furacão, seu capitão na Suécia e em Curitiba.

No próximo sábado jogam Portuguesa e Atlético, início e fim da carreira do craque. Excelente momento para derradeira e merecida homenagem. Com os meus olhos ainda maravilhados com as fotos da revista O Cruzeiro em 58, as imagens da Tribuna do Paraná em 70, agradeço ao craque Djalma por realizar meus sonhos no futebol. Valeu Djalma.

De luto, o Atlético joga hoje contra o Paysandu pela Copa do Brasil. Para manter aceso o sonho de conquistar o torneio tem que vencer pela diferença mínima. Teremos um ano difícil no Brasileiro, com pouca possibilidade de sucesso importante. Uma vaga para a Sul-Americana já será um presente dos céus. Eu acho possível.

Pela sua fórmula de disputa, a Copa do Brasil é porta aberta para que todas as equipes, menos o Coritiba, se considerem sérias candidatas ao título. O Atlético tem as mesmas chances de tantas outras, tem hoje o treinador campeão do torneio com o Paulista de Jundiaí, seu Vavá sabe o caminho das pedras.

O torcedor mais uma vez esteve ausente contra o Corinthians. A preocupação com o manifesto que fez água, a chuva tremenda, concorreram para o público pequeno. Hoje a Vila tem que lotar. O dia amanheceu lindo. É a nossa chance de brigar por título, ter um sonho para embalar o ano. O atleticano tem que acreditar. Temos uma história brilhante, um futuro invejável, um presente a se construir a cada dia, com a participação de todos, com o sacrifício de todos.

Vamos à Vila, hoje é dia de ganhar, dar alegria ao Djalma, fazer surgir no céu o sorrisão do craque da camisa dois.

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