quinta-feira, 4 de julho de 2013

DS TRIPAS CORAÇÃO

Em tempos de manifestações por todo o país, o povo nas ruas reivindicando seus direitos, o Atlético apresenta ao seu sócio torcedor a necessidade de cair com mais cinquentinha caso deseje ocupar lugar abrigado na Vila CAPanema, melhor dizendo, na arquibancada coberta, herança incólume da Copa de 1950.

É preciso tomar cuidado. No Paranaense, em intervalo de jogo a cabine da RPC obrigava o narrador a usar guarda-chuva tal a quantidade de goteiras a despejar o líquido celeste sobre os profissionais da televisão nativa. É bom pagar as cinco araras e comprar aquela capa esperta, outra arara a saltar do bolso, bem ali na fila de entrada.   

Em tempos de berro nas estradas, voz nas ruas, murmúrio nas alamedas, ao especular sobre a possibilidade da cobrança seria natural que a diretoria esquecesse o assunto. A decisão mostra que nossos dirigentes têm confiança absoluta na paixão do rubro-negro, acredita que pode avançar o sinal sem medo, o torcedor está ciente das necessidades do clube, vai apoiar.

O meu temor paira sobre a possibilidade de que o silêncio ouvido no espaço Sócio Furacão seja fruto do cansaço, da falta de resultados em campo, da ausência de boas notícias que não sejam aquelas advindas das obras em andamento. Amofinado, preocupado com as atuações da equipe, o atleticano se mantém na encolha, retarda a associação, surfa a onda do vamos ver no que é que dá, prefere ver o jogo do confortável sofá da sala.

É inegável que o grande motivador no futebol é a qualidade do time, as vitórias, os campeonatos conquistados. Quando os três pontos rareiam, a massa torcedora se desestimula, fica em casa, vai ao cinema, sobra para o núcleo fanático segurar a peteca, normalmente de menor renda, incapaz de pagar os altos valores cobrados.

Acontece que a situação obriga a ida do torcedor ao campo. O time é uma incógnita, trabalha como operário de obra, mas os resultados são tímidos, insuficientes para alcançar o mínimo objetivo. Sem o grito do torcedor tudo se complica.

O jogo com o Grêmio é o grande divisor de águas. Ganhou, vamos para o Atletiba com força, um empate mantém a paz rubro-negra. Perdeu, qualquer resultado negativo contra os coxas vira o mundo de cabeça para baixo.

É bom que o Delegado, Nhô Drub e seus atletas estejam cientes do temporal que se arma no horizonte. É preciso sacudir o torcedor com a força da vitória, tirá-lo do sofá em que se meteu contrariado. Com chuva ou sem chuva, com torcida ou sem torcida, os três pontos são indispensáveis, para isso, é bom correr atrás da bola, ir muito além do simplesmente possível, fazer das tripas coração.

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