quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ALI NA PETIT MEU IRMÃO

Eu não disse que dava para ganhar do Galo no seu melhor galinheiro? Atleticanos de pouca fé, quase me joguei pela janela, foi pro bagaço a invencibilidade do campeão da América. Vamos à pelada dos sonhos.

O Atlético começa bem a partida, articulando jogadas, Marcelo dando trabalho, tudo conforme o manual. O time foi montado sem exageros defensivos, temos jogadores para atacar e defender, estamos prontos para o bom resultado.

Marcelo pelo Furacão e Bernard pelo Galo, agora depenado, são as estrelas do jogo. Vitor avança para jogar de líbero e impedir as arrancadas do papa-léguas, Bernard joga pelos dois lados, dribla, cruza, bate faltas, aos vinte e oito enfia bola vertical e obriga Weverton a salvar com os pés.

O lance muda o perfil da partida. O Furacão passa a fazer uso demasiado da bola longa, força o lance aéreo para Marcelo, o Galo percebe, marca e ficamos sem ação ofensiva. O lance repetido devolve a bola para o dono do galinheiro, nossa transição assiste ineficiente o sobrevoo da mariquita, ficamos dependentes da defesa cumprir seu papel. O zero a zero no primeiro tempo é justo.

Na volta, a câmera mostra a entrada de Michel no lugar de Pierre. Um lateral no lugar de volante. Marcos Rocha abandona a lateral e vai para o meio, o Galo quer vencer. Aos dois, Alecsandro, o filho do Lela, entra livre e Weverton salva de novo. O Atlético encolhe demais, sofre pressão, o genérico força pela direita, são quatro a cinco jogadores sobre Botelho, água mole em pedra dura, tanto...

Com Dellatorre pela direita e Marcelo pela esquerda, o Furacão contra-ataca, mas falta o homem de área para finalizar. Aos treze quase dá certo. Everton cruza da esquerda, Delatorre arruma para Elias que perde ótima chance.

O lance que pode ter decidido a partida acontece aos oito minutos. Léo avança e sofre falta dura de Bernard. Cartão amarelo para o menino de ouro. Léo já fora o pivô da expulsão de Souza contra a Lusa. É um afasta problemas.

O Galo passa a morar no ataque, olha a água mole batendo, os técnicos vão fazendo suas substituições, Elias por Felipe, Luan por Berola, Dellatorre por Ederson, Mancini corajoso, eu estou gostando uma barbaridade, quando a pedra não resiste. Eram os fatídicos 35 minutos. Berola faz grande jogada pela direita, cruza rasteiro, a bola atravessa toda a área e vai encontrar Bernard entrando pela esquerda. Um balaço, gol do Galo, o menino comemora, tira a camisa, segundo amarelo, vermelho, é expulso. Atlético contra dez, nos últimos minutos.

Mancini tenta a última cartada, entra Zezinho no lugar de Bruno Silva. Quando reclamei do Zezinho volante no jogo contra a Lusa, querido amigo, com conhecimento dos bastidores rubro-negros, me alertou que o carregador de piano do Super-23 prefere jogar mais à retaguarda. Pode até preferir, mas onde joga melhor é no ataque. O jogo vai até os noventa.

Quarenta e um, Zezinho enfia bola açucarada para Everton entrando pela direita da área, o chute rasteiro, o gol de empate. Se o vizinho estava cochilando, acordei o danado. Quarenta e três, Zezinho avança pela esquerda, toma uma, duas, três trombadas, chega à linha de fundo, cruza, Ederson toca para as redes. O interfone toca, é o vizinho reclamando.

Ainda teve uma falta para o Galo aos quarenta e sete que eu não vou contar, o risco de AVC é absurdo, vou livrar o amigo desse perigo.

O Atlético venceu porque não teve medo, preocupou-se com a defesa, teve ação ofensiva, quando precisou o banco decidiu a partida. Tiramos a cabeça fora d’água. O torcedor que quer time arriscou um sorrisinho de canto de boca. Foi procurar na gaveta os seus smarts, esqueceu que parou de pagar. Fez uma careta estranha, coçou a cabeça e perguntou para si mesmo: “Onde fica o Espaço Sócio Furacão?” Eu respondo para ele: “Ali na Petit meu irmão”.

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