Antes de falar do Baêa, um parágrafo de história. Em 1983, o Atlético teve um dos melhores times da sua existência, terceiro lugar no Brasileiro, venceu o Flamengo de Zico por dois a zero no Belfort Duarte, para a eternidade o maior público presente no estádio coxa. O desmonte do time trouxe uma penca de perebas do Fluminense para o Rubro-Negro em troca de Assis e Washington. O único que vingou foi seu Cristóvão. Fim de narrativa.
Assisti Bahia e Goiás e acompanhei uma interessante sucessão de esquemas. O time começou jogando num 4-2-1-3, parecido com o esquema atleticano, com Anderson Talisca fazendo a função de um. No ataque, Wallyson pela direita, Fernandão fazendo o pivô entre os zagueiros, Marquinhos Gabriel pela esquerda. Defendendo, Fernandão o único depois da linha de meio campo.
O time foi para o vestiário vencendo e voltou com Rafael Miranda no lugar de Talisca. Cristóvão encostou o criativo, passou a jogar com três volantes, o posicionamento de Miranda pela direita cobria as poucas subidas do lateral Madson. O volante Helder ganhou alguma liberdade para ir ao ataque.
Aos trinta do segundo tempo, entrou Fahel no lugar de Marquinhos Gabriel para atuar como terceiro zagueiro. Um 3-5-2 com Wallyson e Obina no ataque. Obina substituiu Fernandão. O Cristóvão tático fecha como o tempo de Curitiba.
Não vi o jogo contra o Flamengo, mas a escalação com Marcelo Lomba; Madson, Rafael Donato, Titi e Raul; Fahel, Rafael Miranda e Helder; Wallyson, Fernandão e Marquinhos Gabriel deve se repetir em Curitiba, com Souza entrando no lugar do nosso Fernandão. Repete-se o 4-3-3 a três volantes.
Para defender todo mundo coopera. Os laterais pouco vão ao ataque, a missão principal é marcar, ir à frente só com muita liberdade. Os volantes são experientes, Helder é o que avança um pouco mais, pode arriscar o chute de fora. No ataque, Marquinhos Gabriel e Wallyson se alternam pelos lados, Souza pivoteia, briga com os beques, força na bola aérea.
O jogador mais esperto no ataque é Marquinhos Gabriel, tem velocidade, coragem, tenta a jogada individual. Wallyson é vaga-lume de bateria fraca.
Como diz o cearense, a defesa bate mais que panela de cego, faz muitas faltas. Ir para cima, conseguir bolas paradas, amarelos. Os dois zagueiros, Titi – isso é nome de jogador mau? – e Rafael Donato, saem para caçar fora da área, momentaneamente suas posições ficam desguarnecidas. O lateral Madson deixa a desejar, é bom lado para Everton usar sua habilidade.
O Bahia instituição está sob o controle de um interventor. A polícia já levou computadores, documentos, a coisa está feia. Nesse caos, os jogadores estão se superando, honrando a camisa. O Atlético precisa ser contundente os noventa minutos, ganhar o jogo no picadinho, com vontade superior. Fraquejou o espírito, corre risco.
O torcedor que anda lotando o espaço Sócio Furacão tem que fazer sua parte, abrir o ferrolho baiano no grito. São onze da noite e o vento trás aos meus ouvidos o tuc-tuc repicado da Fanáticos em treinamento. Viver o Atlético em todas as suas dimensões é um privilégio. Vamos rubro-negro, à luta, com sangue e com raça, no ritmo do tantã.
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