terça-feira, 6 de agosto de 2013

PARA O BEM DO FURACÃO

A bola rola e o casal na minha frente levanta para assistir a partida. Alguém pode me dizer de onde tiraram essa mania de assistir jogo em pé? Penso em pedir para a dupla sentar, o local tem ótima visibilidade, penso, repenso e desisto. Olho para o amigo à minha retaguarda, peço desculpas e me levanto. Atrás de mim uma arquibancada inteira.

Que a organizada tenha lá seus rituais tudo bem, participa do grupo quem quer, conhece as condutas da tribo, as aceita e pronto. Que em outros locais do estádio se tenha a mesma conduta acho um despropósito.

Além de me obrigar a levantar, o rapaz de um metro e sessenta com namorada de um e setenta e cinco, tem o hábito de mordiscar a orelha da mocinha, e a cada gol perdido por Delatorre o mordiscar fica mais furioso, aquilo foi me dando nos nervos, deixando preocupado, imaginando cena de sangue no Durival, amigos, foram 43 minutos de ansiedade só encerrados com o gol rubro-negro, comemorado pelo casal com ardor amoroso de cena em hospital de novela das nove.

Sou um velho, chego em casa exausto, o sol na moleira me fez delirar, a visão da minha super cadeira na Arena magnífica parecia me chamar com seus braços acolhedores. Vou dar uma lida nos meus e-mails e tomo um raspe do amigo inconformado com minha publicação “Deixar ele em casa” em que critico a possível contratação de Anselmo Ramon.

Realmente, fui um ganso. Li a notícia, os sites Terra e Globo Esporte ainda apresentam a possibilidade no espaço destinado ao Cruzeiro, e-mails de amigos discutindo a validade da contratação tida como certa, fui totalmente contra as cifras envolvidas e me coloquei a grasnar. Enfim, reduzido à minha pouca sabedoria, sou contra.

Minha leitura me fez ver que ando pegando pesado com o senhor Antonio Lopes. O Papa vai me puxar a orelha. O Delegado é um dos maiores vencedores do futebol nacional, quem duvidar entre no site do ex-treinador e veja os inúmeros campeonatos por ele conquistados. Impossível duvidar da sua capacidade à beira do campo. No Atlético, nos levou à final da Libertadores e à segunda divisão, com ele fomos do céu ao inferno.

A minha discordância se reduz ao seu trabalho como diretor de futebol, sendo mais específico, às contratações realizadas. Não me conformo de que em agosto não tenhamos um reserva para a lateral-esquerda, estejamos sempre atrás de atacantes e tenhamos desconhecidos na suplência de nossos zagueiros. Poderíamos ter um elenco mais confortável.

Mancini se irritou com a defesa, o setor ficou mais esperto, mas, mesmo assim, Tartá entrou três vezes na cara de Weverton na última partida. A vitória apaga as dificuldades, futebol é resultado, eu sou torcedor, quero que o time embale e vá ainda muito mais longe. Quero o G4.

Desta forma, mesmo preocupado com a aplicação correta dos recursos rubro-negros, criticando a onerosa vinda da “estrela” Anselmo Ramon, com a orelha quente, quero que o Delegado dê certo, para o bem do Furacão.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário