terça-feira, 27 de agosto de 2013

O QUE SERÁ, SERÁ

Passei o dia zapeando programas esportivos, procurando ansioso pela camisa rubro-negra, pelas arrancadas de Dellatorre, pelas finalizações precisas de Éderson. Ao contrário da incansável rotina de rasgados elogios aos chamados grandes, os comentaristas gastavam preciosos minutos para falar do Clube Atlético Paranaense, justificar sua impressionante subida para o G4, fazer previsões sobre o futuro, valorizar o trabalho de Mancini.

Perguntados se o Atlético era candidato ao título, ouvi dois comentaristas do grande eixo afirmarem que sim. Como são profissionais a quem dou ouvidos, acho ponderados em suas opiniões, fiquei todo faceiro, mesmo depois de ouvir suas justificativas para o prognóstico, todas elas mais desmerecendo os adversários do que louvando o Furacão.

O torcedor atleticano não precisa ficar incomodado com possíveis descrenças da mídia nacional. Nós mesmos estamos tomando um choque de dar vida ao Frankenstein com toda essa subida de rojão americano, depois do início assustador, o pangaré rubro-negro sempre na última fila do Fantástico.

A recuperação pós Copa das Confederações não estava nos augúrios do mais estudioso dos videntes. Para que acontecesse rotas de planetas tinham que ser alteradas, Júpiter teria que fazer as pazes com Saturno, Vênus flertar com Marte, Titã mandar beijos estelares para a nossa Lua. Algo totalmente fora das leis da astrologia moderna.

Pois tudo isso aconteceu, Nhô Drub deu lugar ao seu Vavá, o time pegou no breu, a defesa passou a defesar e nós estamos aí, pedindo passagem, a quatro pontos do Cruzeiro, o líder da competição.

O atleticano contabilista vai aos jogos iniciais e calcula que tivéssemos mantido alguns resultados de vitória quase certos, hoje estaríamos à frente da Raposa. É verdade, mas fosse assim, a mudança radical não teria acontecido, quem sabe onde estaríamos no momento.

Eu estou me agarrando aos fatos. As justificativas dos profissionais da grande mídia para a possibilidade são verdadeiras, times com elencos caríssimos amargam maus resultados, está valendo mais a união do grupo, a boa preparação física, o foco na próxima partida.

O Atlético tem bom elenco, fortaleceu-se com as chegadas de Marco Antônio e Willian Rocha, mantendo o que tem, ganhando mais uns dois bons jogadores chega bem ao final do ano. O time está unido, entrosado, a preparação física permite noventa minutos de futebol intenso, as condicionantes para o final feliz estão presentes. Enfim, o Atlético pode ser campeão? Pode.

Se tudo isso vai durar, não me perguntem. O Atlético tem profissionais e instalações capazes de produzir as melhores condições para que o cenário atual se perpetue por longo tempo. Aí vêm todas as demais circunstâncias. Os adversários também crescem, as marcações se fortalecem, as facilidades mínguam, os problemas disciplinares afastam, as lesões são críticas, em uma semana perdemos Marcelo e Léo, todo o lado direito.

Melhor ficar com a filosofia da entrevista de Éderson, o artilheiro dos míseros minutos. O negócio é somar pontos a cada partida, ir ultrapassando barreiras, afastando desconfianças, ganhando admiradores. Lá na frente, fortes como eu imagino, com a torcida fantástica bombando nas arquibancadas, a gente vê no que é que dá. Simples como o título do clássico dos anos cinquenta, o mais que verdadeiro o que será, será.

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