quarta-feira, 21 de agosto de 2013

NO RAMO DA MAGIA

Quando o Atlético passou para a fase atual da Copa do Brasil, falei que a continuidade nos permitia um sonho, estávamos lá nas quebradas da zona de rebaixamento no Brasileirão, quem poderia imaginar que hoje estaríamos namorando o G4, podemos sonhar duplamente. Sabia das mágicas do célebre Houdini, mas das magias de Mancini não ouvira falar.

O Furacão joga hoje em São Paulo contra o Palmeiras que estreia na Copa do Brasil, para quem já esqueceu, o porco foi campeão da competição no ano que passou, venceu o Coxa Delivery, o glorioso que entrega em casa.

Procurando conhecer o adversário, assisti Palmeiras e Paraná no Pacaembu, um ótimo jogo. Kleina montou o seu time com Fernando Prass; Luis Felipe, Henrique, Vilson e Juninho; Márcio Araújo, Charles e Wesley; Valdívia, Leandro e Alan Kardec. O técnico paranista reconheceu o bom contra-ataque palmeirense, avisou que ia defender e incomodar no ataque.

Dito e feito. A Gralha encolheu atrás da linha do meio campo, deu umas bicadas no ataque e fez seu gol, melhor, ganhou um autogol de Charles. No segundo tempo, voou, fez loopings, deu rasantes, não resistiu e sofreu a virada.

O Palmeiras que perdeu jogou com três volantes com liberdade para chegar no ataque, contou com o avanço dos laterais, a participação criativa de Valdívia na articulação, a movimentação constante de Kardec e Leandro no ataque. Incomodou com um cabeceio de Henrique em escanteio e em finalização de Leandro recebendo cruzamento de Luis Felipe pela direita.

O Palmeiras que venceu teve outra formação. O armador Mendieta entrou no lugar de Charles, o time contou com os laterais no ataque, Wesley, Mendieta, Valdívia, Kardec e Leandro para caçar a Gralha arredia. Conseguiu com gols de Juninho e Wesley.

Jogando competição em que parece sobrar, o porco avança seus zagueiros para a linha de meio de campo, junta a eles um volante, e distribui o restante dos seus jogadores pelo ataque. Circulando a bola na intermediária, mantém de quatro a cinco jogadores intrometidos na linha de defesa adversária esperando a definição da jogada, algo que pouco se vê. Com tanta ousadia, demora na recomposição defensiva, fica vulnerável a contra-ataques.

A ausência de Valdívia, por incrível que possa parecer, torna Kleina ainda mais ousado. Vai a campo com Fernando Prass; Luis Felipe, Vilson, Henrique e Juninho; Márcio Araújo, Wesley e Mendieta; Leandro, Ananias e Alan Kardec.

Nada mais que um 4-2-1-3, com um dos volantes, Wesley, com boa chegada no ataque, o atleticano o conhece bem, Mendieta na articulação, Leandro pela direita, Kardec centralizado, Ananias pela esquerda. Ananias é rápido, dribla bem, sabe manter a bola sob controle. Deve manter à retaguarda os zagueiros, um dos laterais e Márcio Araújo.

O Atlético pode se aproveitar dessa arrogância suína, só não pode seguir a receita paranista, tentar defender noventa minutos num Pacaembu que deverá estar lotado. A observação mostra que sofrendo gol, o porco vai com tudo ao ataque, abre-se ainda mais. Então, é jogar com equilíbrio, defender, atacar, explorar a necessidade palmeirense de fazer bom resultado em casa.

Com a expectativa do espetacular jogo de domingo contra o Botafogo, eu deixaria Baier no banco, colocaria Elias, descansaria o velhinho.  Estou abandonando um sonho? Não, claro que não. Só tentando entrar no ramo da magia.

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