O time aparece e segundo a prática rubro-negra do chegou-entrou, lá está Marcelo Palau na linha do Hino. Vamos ver o gringo jogar.
Começa o prélio, prélio é de 1930 mais ou menos, os dois times avançam suas defesas para a intermediária e o jogo fica restrito a cinquenta metros de campo, onde os jogadores se engalfinham, erram passes, fazem faltas, as defesas dão cabeçadões, chutões, os meias tentam organizar o que parece impossível com tão pouco espaço.
Com Walter muito bem marcado, o Goiás explora a velocidade de Tartá. Por três vezes o ex-atleticano chegou livre na frente de Weverton e errou o gol. Aos 31, na terceira oportunidade perdida, ficou sentado na área uns quarenta segundos, amaldiçoando as traves insistentes em encolherem quando da sua aproximação.
O Atlético marca com seriedade de cachorro perdigueiro e força pela direita. Dali saem cruzamentos de Baier, Marcelo, Léo, Delatorre, e nada do gol. Escanteios encontram as cabeças de Luiz Alberto e Manoel, Renan faz ótima defesa em cabeceio de Manoel. Delatorre chega atrasado para finalizar, erra na matada, na terceira chance, em ótimo cruzamento de Everton, finaliza de primeira e marca. Eram 43 minutos, eu já estava me aborrecendo com Delatorre, o garoto fez o gol. Não dá para reclamar de atacante.
Por falar em atacante, Marcão se foi para o América Mineiro. Já tinha visto treinador ser despedido depois de Atletiba, mas atacante ser transferido por perder gol no clássico é a primeira vez. Marcão nos trouxe à série A. Está na história. Obrigado.
A guerra em pouco espaço exige alguém com um pouco mais de intimidade com a bola. A substituição é óbvia e corajosa. Zezinho entra no lugar de Palau e o cenário se modifica. O Atlético passa a jogar mais pela meia esquerda, Marcelo continua aberto pela direita para bloquear o lateral, o Goiás tenta os lançamentos verticais sobre a área do Furacão.
Aí temos que ressaltar de novo a seriedade do Atlético. Marcando em todo o campo, por vezes com três sobre o detentor da bola, anulando o esperto Walter, eficiente no jogo aéreo defensivo, o time foi determinado para conseguir sua primeira vitória em casa. Mostrou valor, mostrou raça, jogou quando tinha a bola, lutou pela sua retomada quando perdida.
O amigo não pense que o Atlético foi só marcação. Atacou, o goleiro Renan foi exigido, Everton e Marcelo perderam duas boas chances na cara do gol. Faltava a cereja do bolo. Zezinho retoma a bola no meio de campo, toca a Marcelo, pede na frente, recebe, chuta forte da entrada da área, Renan faz ótima defesa, dá rebote, Ederson, que havia entrado no lugar de Delatorre, coloca a cereja dentro da rede. Quarenta e cinco minutos, dois a zero.
Gostei muito de Paulo Baier num Atlético que valeu muito mais pelo coletivo. Mancini conseguiu colocar o Furacão dentro da sua realidade e vem conseguindo ótimos resultados. Pode não ser muito bonito, mas é forte, raçudo, vencedor.
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