quinta-feira, 8 de agosto de 2013

TUDO PODE

Almoço com prezado amigo coxa e ele, tendo lido o meu “No Ritmo do Tantã” e com um sorrisinho cheio de maldade, me pergunta: “Com medo do Bahia?” Digo a ele que atleticano forte, raçudo e vencedor não tem medo de nada, mas tinha certeza que o ferrolho baiano iria incomodar muito. Desnecessária bola de cristal para adivinhar a dificuldade, quem viu o Bahia jogar uma vez já sabia.

A entrada em campo do Atlético mostra Felipe na fila, procuro saber o substituído e descubro que Everton está fora. Vai complicar ainda mais. É jogo para a individualidade de Everton.

Um minuto e Delatorre entra pela esquerda, dribla dois e cruza para a defesa de Marcelo Lomba. Opa! Começamos bem. Foi a única jogada do Furacão pela esquerda. Madson, o jogador mais fraco da defesa do Bahia não foi explorado. Repetimos a fórmula que venceu o Goiás, o esforço contínuo pela direita. Pelo setor de Raul, Baier, Zezinho, Léo e até Delatorre realizam cruzamentos. Estranhamente, Marcelo não contribui com a sua velocidade.

O Atlético domina, controla o jogo, mas não dá trabalho ao goleiro baiano. Do outro lado, Weverton faz duas importantes defesas, uma em entrada pela direita de Rafael Miranda, outra em chute de fora de Marquinhos Guilherme. Abro a carteira e vejo se não esqueci o comprimidinho para o coração. Estou começando a me inquietar quando Madson, inconformado em não ser mais explorado, dá um bico em Zezinho e é expulso. Vamos para o segundo tempo contra dez. Tudo de bom.

Espero um Atlético usando mais o lado esquerdo, Zezinho mais à frente, Felipe e Marcelo mais presentes, um pouco mais de individualidade que possa abrir a defesa baiana. Onde está o Everton?

Viro a página e a fórmula continua a mesma, força pela direita de um Bahia ainda mais recuado. Aos nove Baier cruza e Dellatorre perde ótima chance. O banco se movimenta, vai entrar Éderson, Mancini se aborreceu com o atacante. Engano meu. Sai Felipe para a entrada do irrequieto, quem sabe aí a jogada individual que eu desejo.  

Começamos a usar mais Botelho pela esquerda, o lateral erra cruzamentos, cede lugar a Elias. Mancini está cheio de novidades. O time aluga meio campo, passa a jogar com Léo enfiado na ponta direita, dois atacantes, Éderson e Dellatorre, Baier e Elias na armação, Zezinho na lateral esquerda sobe para ajudar. Marcelo perambula pelo campo.

A bola vai de pé em pé, sem dar trabalho a Marcelo Lomba. Nem faltas importantes conseguimos, começo a achar que não vai dar. A minha esperança de individualidade com Ederson se esvai, o irrequieto recebe de costas para o gol e devolve. Vira e vai Ederson!

Aos vinte e quatro, Cristóvão, um Ramsés retranqueiro ao lado do campo, coloca o rápido Talisca para jogar. Em um minuto, o menino consegue falta perigosíssima. Só faltava essa.  Bola para fora. Vinte e oito, Elias lança Delatorre dentro da área, chance de finalizar ou passar a companheiro, nada acontece.   

Olho no relógio, trinta e cinco, o momento da decisão. Elias lança novamente Delatorre, o menino passa de peito a Baier, a finalização sai rasteira, mortal, cai Marcelo Lomba, bola na rede, foi-se o Jahia. A torcida que nunca esmoreceu comemora um campeonato. Estamos com dezenove pontos, somos o quinto na tabela.

De quem gostei? Gostei de Weverton, salvou gol certo de Wallyson aos trinta e sete, evitou o empate. Gostei de Elias, de Baier, de Léo, gostei de Mancini. O treinador teve participação efetiva no resultado. Ganhamos o jogo que eu achava duríssimo. Vamos em frente, com fé, a partir de agora, tudo pode.

Nenhum comentário:

Postar um comentário