domingo, 6 de outubro de 2013

AZAR DO COXA

O amigo sabe que costumo fazer uma análise simples dos adversários do Furacão. Acompanho os jogos, gravo, anoto, esboço uns gráficos que só eu entendo, tiro minhas conclusões e as coloco à disposição dos fanáticos que sabem tanto quanto eu, mas tem pouco tempo para dedicar ao assunto.

Pois acreditem, sequer vi um minuto de jogo do Coritiba. Na derrota para o Flamengo dei uma espiada, já estava dois a zero para o Urubu, pouco adiantaria prosseguir assistindo, o desespero coxa impediria qualquer análise de algum proveito. Assim, ofuscado por aquela camisa estranha, voltei para o filme do grande Churchill, um estadista com gosto pela retórica, o homem que disse: “A sorte não existe. Aquilo a que chamas sorte é o cuidado com os pormenores”.

Assim é o clássico, como diz o torcedor, um jogo decidido nos detalhes.

Todos sabem, o Atlético vive melhor momento, o treinador conhece todas as suas armas, os jogadores estão prontos para a partida. Nem as ausências de Luiz Alberto e Botelho incomodam. Dráusio já participou de algumas partidas e se saiu bem. Maranhão deu conta do recado quando improvisado pela lateral esquerda. Se Rodrigo Biro substituir Botelho é por que o treinador viu nele capacidade para jogar o clássico. Tudo vai bem.

O Coritiba não vence há seis partidas, na 15º posição se perder aproxima-se perigosamente da zona do rebaixamento, quem sabe aí a grande força mobilizadora de boa atuação alviverde, a corda no pescoço. O técnico Chamusca tem seus volantes no DM, Alex com luxação no dedo do pé virou dúvida, o pessoal que volta – Gil, Escudero, Botinelli e Leandro Almeida – não bota medo em ninguém. “Monteirinho” – disse Irmão alviverde indignado – “no Coritiba quem joga é o Robinho”. Parece pouco para o Coxa em crise.

Nada disso importa. O jogo vai se decidir, como disse Sir Winston Churchill, nos pormenores.

A primeira preocupação do Atlético é com as expulsões. Nem pensar. O nervosismo de Porto Alegre tem que ter ficado no Salgado Filho. Léo vai ser provocado, tem que segurar as mãos nervosas. A segunda, evitar o início sonolento que caracterizou o jogo contra o Vitória. Aproximar a marcação, desarmar, ter a posse de bola, jogar no ataque é essencial desde o primeiro minuto. Assistiu, deu espaço, acreditou que vai ganhar o jogo quando quiser, problemas à vista.

Manter a defesa sempre em posição, evitar o avanço desnecessário dos zagueiros, zagueirar quando preciso são ações fundamentais. Ter mobilidade no ataque, deixar Marcelo atuar em toda a frente, arrancar suas raízes na ponta direita outra necessidade importante. Ficou ali paradão, penteando a bola, troca. Ser preciso nas conclusões, parar de perder gols imperdíveis o mais importante dos pormenores.

O Atletiba de hoje é o típico jogo aparentemente fácil que pode ficar muito difícil. Vai depender do Atlético. Jogando equilibrado, sem descuidos, tomamos dois gols em erros contra Inter e Grêmio, preciso no ataque, a vitória pode vir com alguma facilidade. Bobeou, pode se complicar muito. Não acredito. Penso que as últimas derrotas amadureceram o Furacão. Azar do Coxa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário