sexta-feira, 18 de outubro de 2013

MATOU A PELADA

Depois de ver jogos do Furacão e seu genérico, concluí que cruzamento só é origem de gol contra defesas mal-arrumadas. O Galo cruzou umas vinte contra o Cruzeiro e foi fazer gol em jogada individual de Fernandinho. O Atlético cansa de cruzar bolas e necas de pitibiribas.

Concorre para a jogada zero gol a dificuldade que os ponteiros, sejam eles jogadores de frente, sejam alas ocupando espaços no ataque, têm para realizar o cruzamento pelos menos nas proximidades dos atacantes. Na defesa desses centradores de bola pode-se argumentar que no momento do cruzamento apenas um atacante, às vezes dois, estão dentro da área para finalizar. Somam-se para a inutilidade do lance as falhas técnica e tática.

Assim, concluo pela morte definitiva da jogada pelo lado do campo. O amigo vai desembarcar do meu texto neste momento. Espera aí, me dá uma chance.

O lado do campo continua sendo o espaço defensivo menos congestionado, em que se pode romper com mais facilidade a primeira linha de defesa adversária. Por várias vezes atacantes conseguem chegar à linha de fundo em boas condições de cruzar a redondoca. A sequência do lance, o cruzamento é que o inviabiliza, cria uma imensa expectativa de gol que não se materializa. E daí?

Aprofundar a jogada individual área adentro, arrastando as coberturas defensivas, arriscando a penalidade, criando ângulo para o chute direto a gol, dando segundos para que mais jogadores se coloquem em posição de arremate, pode ser uma boa saída. Tudo vai depender sempre da qualidade técnica, do sangue frio do condutor da bola, o que me leva a pensar que é melhor cruzar mesmo, vai lá dá uma sorte, a bola procura a cabeça do companheiro e o gol sai.

Exemplifico minha teoria com o gol de Baier contra o Coxa, Marcelo cruzando do interior da área, a bola defendida por Lauro da Portuguesa em cabeceio de Baier, Marcelo cruzando do interior da área, o gol perdido por Éderson contra a mesma Lusa, de novo Marcelo cruzando do interior da área. O parágrafo me traz outra pergunta. O que faz Marcelo escondido na lateral do campo?

Volto ao tema pela angústia que me dá vendo Éderson saracotear dentro da área por 65 minutos sem que uma bola lhe seja entregue com boas condições de finalização. O jogador que já chamei de artilheiro dos míseros minutos, na ponta da artilharia nacional, passa hora inteira sem pegar na bola. Se não se vira, volta para buscar, tenta o chute de fora, passa em branco.

Fico pensando se não devemos entrar com Coutinho e deixar Éderson para os últimos minutos que o consagraram. Pensar, eu posso. O que manda é o jogo. Vai lá, na imensidão do Serra Dourada, os cruzamentos acontecem, os gols saem e eu fico falando no deserto, teorizando o fim do jogo pelos lados, a panaceia  apontada por todos os profissionais do ramo.

Como não sou profissional, tudo posso. Posso, por exemplo, com atraso, apontar os meus craques do jogo contra o Galo. São eles, Weverton, Léo e Everton. Weverton salvou a lavoura, Léo atacou e defendeu, tem que segurar as mãos nervosas, ainda vai nos complicar, Everton botou o ataque nas costas e carregou, deu início à jogada do gol. Uma jogada lateral, que virou central e matou a pelada.

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