Amadurecido pelas derrotas contra Vitória e Grêmio, o Atlético enfrentou as flores do campo com a corda no pescoço, começou perdendo, virou em três minutos e segurou o resultado por todo o segundo tempo.
O gol alviverde trouxe consigo terríveis lembranças. Bola tocada pelo alto na entrada da área, Léo se choca com Robinho e sua senhoria dá pênalti. Se o lance é faltoso, em cada escanteio cobrado um pênalti será marcado. Anos sofrendo com arbitragem me incomodam. De novo não.
O seu Sandro Meira Ricci ficou tão sem jeito que mandou voltar a primeira cobrança, deu nova chance a Weverton, não adiantou, bola na rede. Trinta minutos, o Coritiba tinha equilibrado o jogo que lhe era desfavorável, Julio César obrigara Weverton a ótima defesa, era perigoso nos escanteios. O Atlético teria que voltar a ser superior e marcar. Vamos Furacão, marcar e virar.
Foram 12 minutos tensos até o primeiro gol de Paulo Baier. Everton lança o velhinho na entrada da área, raspadinha para Marcelo, o papa-léguas dá um nó em Chico, cruza, Vanderlei dá rebote, Uelliton tenta afastar, a bola bate em Baier e ganha o caminho do gol. Baier iniciou o lance, acreditou, deslocou-se com sabedoria, teve sorte, empatou o jogo.
Mais dois minutos, Éderson lança Léo na entrada da área, Geraldo atropela, falta. Quem vai bater? Paulo Baier. O coxa diz um palavrão, rói as unhas, o atleticano prepara para pular. Qual o resultado da cobrança? Gaveta. Baier é um predestinado com vontade de menino, técnica superior de craque experiente.
Para segurar o resultado, o Atlético teve duas contribuições importantes. Escudero foi expulso, Péricles Chamusca substituiu Victor Ferraz, o único jogador com alguma liberdade no ataque coxa. São os tais detalhes, finalmente a nosso favor.
Nada tira o brilho da grande partida coletiva do Furacão. Meus destaques vão para Baier, o velhinho comandou o time e decidiu, Léo colocou Geraldo no bolso, atacou e defendeu, Manoel ganhou todas, Marcelo incomodou pelos dois lados, expulsou Escudero, Weverton salvou quando Bill teve a chance do jogo.
O Atlético precisava ganhar o clássico, a torcida precisava da vitória. O resultado vai muito além dos três pontos, é banho de descarrego, estabelece com clareza a superioridade atleticana na província, dá fôlego para o restante do campeonato.
Tem gente que não gosta de Paulo Baier. Eu gosto. Com 38 anos correu, organizou, brigou, levou amarelo, fez os gols que nos deram a vitória contra o Coritiba, deu-me a chance de continuar a zoação da semana. Como não gostar? Só tem um jogador que eu gosto mais que o Paulo Baier. O amigo sabe quem é. É claro, meu grande ídolo Escudero.
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