quarta-feira, 16 de outubro de 2013

NA PANELA DE PRESSÃO

– Com quem o Atlético joga amanhã? – pergunta a esposa em nossa quarta volta na Ouvidor Pardinho, idosos me ultrapassando por todos os lados.

– Com o Atlético Mineiro –, digo preocupado.

– Vamos dar uma surra neles –, afirma ela triunfante, já se perguntando onde estarão os comprimidinhos do coração, indispensáveis depois do “viu o que esse cara fez”, do “isola Manoel”, do “fecha Botelho”, do “aí é pracabá”. Atleticano tinha que casar com cardiologista, no mínimo enfermeira com doutorado na França. Impossível a doutora, pelo menos uma excelente chef.

Estamos nos especializando em aves. O Urubu, depenamos em pleno Maraca, com direito a queda de treinador. Já colocamos fim na interminável invencibilidade do Galo no seu terreiro em BH. Contra o mesmo Galo envelhecido, hoje vamos fazer um bom ensopado, cozinhando lentamente, só para acabar com as unhas do mestre Cuca.

O Galo “forte e entregador”, lembrai-vos da goleada para o Cruzeiro na última rodada de 2011, vem a Curitiba com ausências. Entre outras selecionáveis, Leonardo Silva e Pierre não jogam. Marcos Rocha ainda é dúvida. O time deve formar com: Giovanni; Marcos Rocha, Jemerson, Emerson e Júnior César; Leandro Donizete e Josué; Luan, Diego Tardelli, Alecsandro e Fernandinho.

O amigo viu o que a Portuguesa fez com o Atlético no segundo tempo. Pois foi o que o Galo fez com o Cruzeiro durante o clássico de domingo. Empurrou seus defensores para as proximidades do meio de campo, avançou seus atacantes e obrigou a defesa azul a jogar dentro da sua grande área. Com o ataque distante da defesa, perdendo todas as segundas bolas, a Raposa resistiu e só caiu na armadilha aos 41 da etapa final.

Diego Tardelli Tem Que Marcar é o principal jogador alvinegro. Com presença pelos dois lados do campo, apoia Luan e Marcos Rocha pela direita, Fernandinho e Júnior Cesar pela esquerda. O Galo cruza dezenas de bolas, só falta alguém para colocar para dentro. Algo como o nosso Furacão.

Sem armadores de ofício, o time pouco troca passes no ataque, o jogo é em velocidade e na vertical, recebeu parte para cima a mil por hora. O fixo Alecsandro pode servir de pivô, mas como o esforço é pelas laterais fica sem serventia, acenando, pedindo, meio como boneco de posto com gasolina adulterada. Leonardo Silva vai fazer falta na área para definir as bolas paradas.

Cuidados especiais? A falta direta de Tardelli, os escanteios pela direita no primeiro pau, os laterais ofensivos sempre cobrados no interior da grande área. Manter sempre a compactação entre ataque e defesa e evitar a bola longa central, os zagueiros do galináceo dominam os ares, são ótimas medidas. Evitar a provocação de Donizete é necessário à saúde mental da equipe.

Caso Marcos Rocha fique de fora, o setor direito com Carlos César e o garoto Jemerson estará enfraquecido. É a brecha para o ataque rubro-negro. No mais é cozinhar o Galo devagar, mexendo sempre, abafando, colocando umas pimentas de vez em quando. Se complicar, chama a torcida e bota a ave na panela de pressão.

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