quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NÓIS MARQUEMO

Segundo a imprensa gaúcha, o Grêmio deve atuar com Dida; Pará, Rhodolfo, Bressan e Alex Telles; Souza, Ramiro e Riveros; Kleber, Barcos e Vargas. O esquema, um 4-3-3 com três volantes, é tudo que não gosto em termos de organização tática. Acho a utilização de três cabeçudos a negação do futebol. No tricolor, nas duas partidas que assisti, deu certo.

No empate contra o Vitória em Salvador, não fosse erro grave do auxiliar em lance de Kléber apontando impedimento inexistente, o Grêmio teria voltado a Poá com três pontos. Contra o São Paulo, defendendo os noventa minutos, acertou um lance no ataque, marcou e deixou o time do seu Muricy chorando na floresta, o conselho bambi se reuniu para analisar a derrota.

Na realidade, o Grêmio defende com oito jogadores atrás da linha da bola, a segunda linha de defensores com Ramiro pela direita, Souza e Vargas centralizados, e Riveros pela esquerda. Kléber e Barcos voltam até a linha de meio de campo e dificultam a saída de bola do adversário. A marcação é aproximada, quem está com a bola perde o espaço para jogar rapidamente, em segundos tem tricolor bafando no cangote. Quando se consegue espaço para finalizar, o Dida está lá para estragar a festa.

Renato Gaúcho segue a doutrina do campeão Abel Braga: Defender, contra-atacar, ganhar pelo escore mínimo, lutar pelo título. Isso não quer dizer que o Grêmio vá se defender contra o Furacão. Muito pelo contrário, deve manter determinado nível de segurança e atacar. O nível de segurança é mantido pela presença sempre à retaguarda de Souza, por vezes um terceiro zagueiro.

A ofensiva é impulsionada pela atuação de Ramiro pela direita, normalmente fazendo binômio com Kléber, Riveros pela esquerda e Vargas flutuando em toda a frente. Kléber vai se jogar para cima de Luiz Alberto, vai ser um Deus nos acuda. Se o veterano insistir em marcar com o olhar, acreditar no erro do adversário, o churrasco vai começar cedo. Barcos é o fixo e os laterais avançam direção à linha de fundo. Alex Telles, autor da assistência contra o São Paulo, é considerado um dos melhores laterais do Brasileiro. Pará é o feijão com arroz que funciona.

O Atlético tem que defender e contra-atacar, e contra-atacar verticalmente, esquecer o lado do campo, ir para cima dos zagueiros com velocidade. Jogar organizado, evitar o lance longo sem objetivo, trocar passes com rapidez, ter a posse da bola, são os fundamentos básicos a exercitar durante toda a partida.

Para ganhar algum ânimo basta olhar para o outro lado e ver que nenhum fenômeno veste a camisa tricolor. Alguns jogadores experientes, mais jogados e nada mais, o que funciona mesmo é o esquema, a determinação na sua aplicação.

Esquema por esquema nós também temos o nosso, temos a juventude, a vontade de fazer um grande resultado, firmar-se definitivamente como time superior. Parodiando o gaúcho Honório Lemos, se eles atacarem nóis defendemo, se eles fraquejarem nóis ataquemo, se eles bobearem nóis marquemo.

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