sábado, 12 de outubro de 2013

ERRAR É HUMANO

A discussão sobre o afastamento de Paulo Baier é deliciosa. Alguns aconselham Baier a parar, outros querem vê-lo pelas costas, terceiros defendem o velhinho com unhas e dentes. Ontem, na feira livre da Coronel Dulcídio, dois coxas já com direito a vaga de idoso discutiam, um querendo PB no glorioso o ano que vem, outro na base do nem pensar, apontando o Goiás como futuro time daquele que aprofundou a crise no alviverde.

Os matemáticos introduzem a estatística na polêmica. Cálculos apontam que sem Paulo Baier o Furacão teve um rendimento de 57%, contra 55% com sua presença. A diferença é mínima, um empate técnico, porém, suficiente para justificar o fim do contrato do armador rubro-negro. É chumbo trocado com ardor de soldado novo.

Estatística é que nem picanha, você joga na grelha e escolhe como quer: mal passada, ao ponto, bem passada. Vou dar um exemplo. Veja o amigo o rendimento do Atlético nas primeiras seis rodadas do Brasileiro com Nhô Drub. Total de pontos obtidos, seis. Aproveitamento do Furacão nas primeiras seis rodadas do segundo turno com Mancini, sete pontos ganhos. Que fazer? Sacrificar Mancini imediatamente? Santificar Mancini pelo ponto a mais?

Os números são apenas parte do estudo, existe todo um contexto, um observar dos jogos, um sentimento do andar da carruagem que são imprescindíveis na leitura dos dados apresentados pelos estatísticos. Estar no Z4 ou no G4 pode orientar a análise e definir conclusões. A circunstância pesa muito.

Assim, é perigoso adotar a estatística como parâmetro único para a tomada de decisões, ainda mais em se tratando de futebol. Futebol é reino onde o improvável habita e atua a cada passo. Aplicar a matemática ao esporte sem outros cuidados é incorrer em grave risco.

É ótimo ver o torcedor colocar seus pontos de vista, debater com os companheiros, passar bons momentos jogando conversa fora. Quem não pode errar é o Atlético. Impossível acreditar que a decisão de afastar o ídolo tenha por base a diferença de centésimos do aproveitamento coletivo da equipe com e sem Paulo Baier. É óbvio que fatores diversos foram analisados cuidadosamente até a tomada da decisão. Tenho certeza.

Disse que o Atlético não pode errar. Engano meu. Até pode. Nada que justifique o erro, mas, errar é humano.

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