Abro o
site e vejo a notícia sobre a abertura da venda dos ingressos. Espio e encontro
lá os preços de sempre. Fiquei decepcionado. Sem qualquer motivo ou sinal,
imaginei que poderíamos ter preços mais baixos para este último jogo,
alentadores da presença maciça de rubro-negros, tornando partida sem qualquer
atrativo celebração de ano de tantas conquistas.
Não
gosto de criticar. Olho pela janela e vejo o teto retrátil em instalação, sei
da trabalheira que deve dar, sei dos tantos problemas enfrentados pela
diretoria neste ano. Volto aos meus tempos de menino, lembro o velho morador ao
lado do meu campo de pelada pegando a bola que caía no seu quintal e, vencedor,
dizendo: “Quem não trabalha não estrova”.
Íamos
todos para casa, a bola só voltava no dia seguinte, pelas mãos da dona Mindoca,
mulher de bom coração. Eu até que entendia o velho, ele estava lá sossegado
ouvindo rádio e a bola estourava na sua parede. Entendia, mas o achava um chato
de galocha.
Penso
entender essa política de preços altos, tentativa até agora frustrada de
aumentar o número de sócios. Confesso que com essas rendas milionárias
acontecendo pelo país, tenho dúvida se um grande quadro associativo nos moldes
configurados pelo Atlético é boa solução.
A final
de ontem rendeu para o Cruzeiro 7,9 milhões para um público de 39800 pagantes.
O ingresso mais barato para sócio – a Raposa cobra o ingresso do sócio – custou
140 reais. O time estrelado ainda conta com a arrecadação mensal dos seus 70
mil associados. Deve ser outra bolada. Imagino que com 40 mil sócios o Atlético
venha a ter por mês uma renda de 10 milhões. Um caso para sentar e fazer
contas. Com calma.
Pensativo,
fazendo contas, comparando, especulando, vou remoendo a minha frustração. Sei
que vou voltar da praia no domingo para encontrar o templo vazio. Eu até entendo,
mas acho muito chato.
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