quinta-feira, 13 de novembro de 2014

OS BANDIDOS FAZEM A FESTA

Quando converso com jovem iniciando no sofrimento com o futebol vou logo dizendo: “Futebol é espetacular. Escolha seu time, torça, vá ao campo, mas não exagere no fanatismo, não perca sua saúde, não crie inimizades, em meio a toda a magia do esporte, existem uns buracos negros inexplicáveis que aconselham o envolvimento comedido”.
A imprensa acaba de colocar a público que dirigentes da Portuguesa levaram algum para escalar Héderson suspenso e derrubar o time para a segunda divisão, agora na terceira. Já provado, quem sabe seja este o buraco negro mais sórdido do futebol nacional, a direção de um clube levando vantagem para o cometimento do suicídio.
O Atlético tem alguns desses black holes. O inexplicável vestiário de 1983 contra o Flamengo, quando vencíamos de 2 a 0 e, precisando de um gol, nada jogamos no segundo. O gol anulado de Baier no final do jogo contra o Cruzeiro, que nos levou à segunda divisão em 2011. No Paranaense, quem tem minha idade viu de tudo.
Para quem tem um pouco mais de tempo para acompanhar, escalações absurdas por vezes sinalizam interferências maléficas claras, pontos importantes perdidos para favorecimentos pessoais.
Sou um apaixonado pelo futebol, mais ainda pelo Atlético, não deixo de ir a campo, o jogo tem possibilidades táticas infindas, permite demonstrações inequívocas de valor, de amor à camisa, mas tem lá seus buracos negros. Em alguns momentos temos que fechar os olhos. Talvez por isso o Brasil seja o que é. O futebol nos acostumou a fechar os olhos, a achar normal a roubalheira, justificá-la. Impunes, os bandidos fazem a festa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário