Quando
converso com jovem iniciando no sofrimento com o futebol vou logo dizendo:
“Futebol é espetacular. Escolha seu time, torça, vá ao campo, mas não exagere
no fanatismo, não perca sua saúde, não crie inimizades, em meio a toda a magia
do esporte, existem uns buracos negros inexplicáveis que aconselham o
envolvimento comedido”.
A
imprensa acaba de colocar a público que dirigentes da Portuguesa levaram algum
para escalar Héderson suspenso e derrubar o time para a segunda divisão, agora
na terceira. Já provado, quem sabe seja este o buraco negro mais sórdido do
futebol nacional, a direção de um clube levando vantagem para o cometimento do
suicídio.
O
Atlético tem alguns desses black holes. O inexplicável vestiário de 1983 contra
o Flamengo, quando vencíamos de 2 a 0 e, precisando de um gol, nada jogamos no
segundo. O gol anulado de Baier no final do jogo contra o Cruzeiro, que nos
levou à segunda divisão em 2011. No Paranaense, quem tem minha idade viu de
tudo.
Para
quem tem um pouco mais de tempo para acompanhar, escalações absurdas por vezes
sinalizam interferências maléficas claras, pontos importantes perdidos para
favorecimentos pessoais.
Sou um
apaixonado pelo futebol, mais ainda pelo Atlético, não deixo de ir a campo, o
jogo tem possibilidades táticas infindas, permite demonstrações inequívocas de
valor, de amor à camisa, mas tem lá seus buracos negros. Em alguns momentos
temos que fechar os olhos. Talvez por isso o Brasil seja o que é. O futebol nos
acostumou a fechar os olhos, a achar normal a roubalheira, justificá-la. Impunes,
os bandidos fazem a festa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário