–
Do que o meu querido e desesperado amigo coxinha está falando? – Devolvo a
pergunta. Nunca tive chefe, tive comandantes, a palavra comandante encerra
traço de lealdade recíproca importantíssimo.
–
O Atletiba vai passar na televisão. O Petraglia acertou com a RPC.
–
Excelente! – exulto. Para quem foi até a fila, brigou com o computador sem
alcançar a abertura do site, quis quebrar a máquina quando aquela mãozinha
irritante bloqueou o avanço ao não conseguir indicar o setor, foi chamado de
inadimplente sem razão, e assim não pôde habilitar seu smart, um prêmio pela perseverança
malsucedida.
–
Mas... – continuo – O querido e amedrontado coxinha deve estar redondamente
enganado. Certamente a RPC acertou com o Petraglia e não deve ter sido por
pouco. O Rubro-Negro quase campeão deve ter ganhado uma grana preta. O que o
Atlético ganhou por dois jogos deve ser mais que o coxa ganhou pelo campeonato
inteiro.
–
Mas foi melhor, não foi seu Ivan? – O meu dileto amigo também gosta de um mas.
– Ficar sem o jogo na TV iria prejudicar todo mundo, mais ainda os atleticanos.
–
Claro que é melhor. Muito melhor. Eu só estava estranhando a demora, os sinais
indicavam que isso iria acontecer. O Petraglia colocou os preços das cadeiras
da nova Arena nos patamares sugeridos pela torcida, acertou com o Paraná jogar
o Brasileiro na Vila para não sacrificar os torcedores, era natural abrir ao
planeta as imagens da vitória rubro-negra. É um pai.
–
Só está precisando acertar com o Rafinha, o cara tá babando, já disse que o
time todo está louco para jogar, vai ser difícil segurar o verdão –, segue o
coxa com aquele sorrisinho de olhos miúdos.
–
Quanto a isso nem precisa, não é você mesmo que diz que o Rafinha treme contra
o Atlético?
–
Agora vai jogar, a molecada pegou no pé dele, o bicho ficou uma fera –, fala
sério, esfregando as mãos entre as pernas, o tronco inclinado para frente como
se estivesse com frio neste calorão curitibano, a incerteza íntima levou o
sorriso embora.
–
Vamos ver, a televisão vai mostrar. Vamos ver esse craque há anos empacado no
coxa. Todo mundo que era mais ou menos já foi embora e ele continua treinando
no Atuba. Tem alguma coisa errada.
O
carteiro chega e solicita a atenção do alviverde esperançoso. Brinco com ele,
pergunto se o sistema que o “treineiro” vai usar é o WM e pego o elevador.
Além
da crença no que os meninos podem fazer, o que me motiva a acreditar no
resultado é o reflexo positivo que a segurança com que o Atlético está sendo
tocado terá sobre o grupo em batalha. Firme nos objetivos, o clube em primeiro
lugar, as equipes com toda a infraestrutura à disposição, a torcida tendo o
reconhecimento que merece, respira-se paz e trabalho. Sem dúvida, estamos a
caminho de grandes conquistas.
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