quarta-feira, 8 de maio de 2013

É CANECO NA MÃO

Estou lendo meus e-mails e o amigo quer saber meu palpite sobre as chances do Super-23 para o Atletiba final. Adianta um palpite: “15 a 20% para a gurizada levar o caneco”. Ele quer praticidade, quer porcentagem. Largo o computador e saio para caminhar, dar a minha volta diária em torno da Arena, ver de perto o progresso das obras, dando um pouco de sorte pego o portão da Brasílio aberto, bato um papo com um mestre de obras descansando a carcaça.

No caminho, o sol espetacular fixando a vitamina D no corpo velho, vou pensando na pergunta. Só a matemática já nos dá um valor superior ao palpite do amigo. Se temos um dos três resultados possíveis a nosso favor, partimos com 33,3 de chances. Já dei um “up” na previsão. Vamos em frente.

O histórico recente é animador. Nas duas últimas partidas contra o Coritiba, o Rubro-Negro venceu uma, 3 a 1, e empatou outra, 2 a 2. Fez cinco gols e levou três. A superioridade tem que ser levada em conta no prognóstico. Os jogos são recentes, o Atlético sempre jogou com ausências, o coxa completo, acho que vou agregar 5% aos meus 33,3% iniciais. Noves fora zero, são 38,3%.

A amiga coxa doente que pega no meu pé lá no site “Atlétiba zoação total”, vai dizer que um dos gols não valeu, foi contra. Dileta e sofredora amiga, não sou eu que escalo o tal Patric “bola na rede”, o gol entra na contabilidade, pelo efeito psicológico deveria contar em dobro. Com Patric em campo, não tem placar em branco. Tira e bota o Escudero. Ah... É Escudero!

Outro coxa que me provoca dirá que os jogos foram na Boqueixada, agora é no treme-treme cheinho de ervilhas efervescentes. Voltemos à história. As últimas decisões em que o time das alfaces se meteu ficou com o vice, tornou-se conhecido na pátria do futebol como Coritiba Delivery, pela incrível capacidade de entregar em casa. O retrospecto negativo aumenta as chances do Furacão. Quanto? Eu diria 3%. Oito mais três onze, vai um, são 41,3%. Está ficando bom.

A dúvida fica na comparação entre experiência e juventude. Dizem que o Atlético é jovem, vai sofrer o peso da final, os idosos coxas-brancas teriam alguma vantagem. Até onde vai minha lembrança, Bruno Costa, Héracles, Zezinho e Edigar Junio estavam na decisão em 2012. Os meninos saíram perdendo no último jogo e viraram o placar. O destempero do jogo ficou por conta de Escudero – Ah... É Escudero! –, o ídolo coxa Alex, um Matusalém da bola, foi substituído por desaparecimento em hora de trabalho.

Enfim, a experiência, na prática, o amigo quer praticidade, foi derrotada pela juventude. Vou juntar mais 5% à contabilidade rubro-negra. Somando 5 aos 41,3, ficamos com 46,3%.

O fiel da balança é o duelo entre a defesa coxa e o ataque atleticano. A defesa alviverde é muito fraca, pesadona, a crônica não gosta que o treinador use três zagueiros, mas ele, que conhece sua tropa, sabe da necessidade. Não vai usar por que teme ser chamado de retranqueiro contra um time de meninos. Vai com dois mesmo, com dois vai levar gols com certeza. Como fazer gols leva à vitória, vou adicionar mais 5% à coluna do meu Furacão. As chances do Atlético sobem para 51,3 %.

Aí vem a parte do sentimento, aquela voz ao pé do ouvido que te avisa do bom e do ruim. Pois eu tenho ouvido alguém me sussurrar que vai dar, que o título está maduro, que chegou a hora, os meninos vão conseguir. Pela fé que tenho no aviso do vento, vou acrescer 10%. Passa a régua, são 61,3%.

Resultado, vitória apertada. Prezada amiga fique em casa, se chover piora para tua saúde e ainda mais para o teu Alviverde. A conta vai para os 70%. Amigo velho prepara o churrasco, a matemática confirmada pelo sentimento avisa, domingo é caneco na mão.

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