Chego
e já vou me sentindo em casa. A gentileza do anfitrião, os conhecidos de outros
encontros, as caras novas vistas ao vivo pela primeira vez, tantas outras nas redes
sociais, os almofadões rubro-negros, a foto do professor de matemática a
lembrar os tempos das durezas da álgebra, recordar as lindas geadas no Tarumã,
o calor do fogo sinalizando o churrasco em andamento, tudo é familiar, tudo é
acolhedor, tudo é calorosamente atleticano. Só falta a vitória.
Primeiro
é entender o time do Nhô Drub. O que eu imaginava era verdadeiro. O meio campo
vem com Éverton e Felipe, a busca da dinâmica em forma de ritmistas bons no
toque-toque. No ataque a maior surpresa. Éderson faz companhia a Marcelo. A
procura da velocidade coloca Marcão no banco ao lado de Elias. Tudo bem, é para
isso que servem os treinamentos, achar as peças certas, o melhor esquema. Só
falta funcionar.
O
jogo começa, as linguicinhas já estão sendo servidas e mal comecei a saborear
uma pequetita, gol do Furacão. Felipe entra pela direita, atravessa a bola para
Éderson, o chute colocado de fora da área, o grito de gol anima a galera. Um
minuto. É hoje.
O
Atlético domina, força pela esquerda com Éverton, Léo avança e vai jogar quase
na meia direita, Felipe se infiltra pelo setor, mas é a individualidade de
Éverton que dá resultado. O armador entra na área e é derrubado. Pênalti.
Felipe caminha de olho no goleiro, o danado não se mexe, a bola sai certeira no
canto, sem chance para o defensor. Doze minutos, uma senhora traz a maionese e
as saladas maravilhosas, tudo é agradável, me animo até a tomar uma cervejinha.
Segue
o domínio rubro-negro, Marcelo sofre agressão, é substituído por Douglas
Coutinho – vamos menino –, aos 32 João Paulo cobra falta, a defesa bate cabeça,
Botelho toca a Cleberson, 3 a 0. Pronto, já posso tirar os olhos do jogo,
dedicar-me às maminhas e alcatras. Por
pouco tempo. Um desequilíbrio de dois minutos e dois gols dos cavaleiros do
forró. Pura desatenção. Manoel e companhia deveriam estar com inveja do meu
prato de delícias.
Vamos
atrás dos dois gols de diferença, nada de segunda partida. Pedi e ganhei
rapidinho. João Paulo lança Éderson, o nove com um toque livra-se da marcação
de dois, com outro bota a redonda para nanar na rede ao anoitecer do primeiro
tempo.
A
madrugada do jogo é toda atleticana. A melhor técnica, o preparo físico superior
determinam um predomínio evidente, pouco molestado pelos valentes potiguares.
Aos 22, Marcão substitui Éderson, aos 26, no escanteio cobrado pela esquerda,
Cleberson cabeceia na trave e no rebote Manoel marca o quinto. Um naco
espetacular de algo definido como Premium é servido, lá vou eu cheio de
animação pegar uma fatia bem passada.
Falta
ainda o gol do Douglas Coutinho, o artilheiro dos últimos minutos. O menino já
tem sua torcida, gente que quer vê-lo crescer. Ele sabe, ele marca. O Atlético
avança pela esquerda, Botelho se infiltra pelo meio, recebe e passa ao
artilheiro. A finalização forte determina o gol que faltava, o fim da adição
rubro-negra. Conto seis a dois, o professor de matemática faz sinal de
positivo.
Os
sorvetes estão sendo tirados da geladeira. O pessoal quer saber o título da
coluna, outro, um craque das palavras, na brincadeira pede um abraço. Foi uma
noite calorosa, inesquecível, daquelas para você contar a história começando
por “era uma vez fui jantar com amigos rubro-negros de fé...” e terminar com
agradecimentos pelo convite generoso, pela especial acolhida de toda a família,
e, a pedido, mandar um abraço para o Rafael.
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