sexta-feira, 10 de maio de 2013

UM ABRAÇO PARA O RAFAEL

Coloquei todas as minhas inseguranças na mochila e fui ver o jogo junto a rubro-negros de fé, na esperança de que os ares da bela cidade de Natal pudessem dar a luz a grande atuação do meu Furacão, resposta definitiva aos meus resmungos e desconfortos.

Chego e já vou me sentindo em casa. A gentileza do anfitrião, os conhecidos de outros encontros, as caras novas vistas ao vivo pela primeira vez, tantas outras nas redes sociais, os almofadões rubro-negros, a foto do professor de matemática a lembrar os tempos das durezas da álgebra, recordar as lindas geadas no Tarumã, o calor do fogo sinalizando o churrasco em andamento, tudo é familiar, tudo é acolhedor, tudo é calorosamente atleticano. Só falta a vitória.

Primeiro é entender o time do Nhô Drub. O que eu imaginava era verdadeiro. O meio campo vem com Éverton e Felipe, a busca da dinâmica em forma de ritmistas bons no toque-toque. No ataque a maior surpresa. Éderson faz companhia a Marcelo. A procura da velocidade coloca Marcão no banco ao lado de Elias. Tudo bem, é para isso que servem os treinamentos, achar as peças certas, o melhor esquema. Só falta funcionar.

O jogo começa, as linguicinhas já estão sendo servidas e mal comecei a saborear uma pequetita, gol do Furacão. Felipe entra pela direita, atravessa a bola para Éderson, o chute colocado de fora da área, o grito de gol anima a galera. Um minuto. É hoje.

O Atlético domina, força pela esquerda com Éverton, Léo avança e vai jogar quase na meia direita, Felipe se infiltra pelo setor, mas é a individualidade de Éverton que dá resultado. O armador entra na área e é derrubado. Pênalti. Felipe caminha de olho no goleiro, o danado não se mexe, a bola sai certeira no canto, sem chance para o defensor. Doze minutos, uma senhora traz a maionese e as saladas maravilhosas, tudo é agradável, me animo até a tomar uma cervejinha.

Segue o domínio rubro-negro, Marcelo sofre agressão, é substituído por Douglas Coutinho – vamos menino –, aos 32 João Paulo cobra falta, a defesa bate cabeça, Botelho toca a Cleberson, 3 a 0. Pronto, já posso tirar os olhos do jogo, dedicar-me às maminhas e alcatras.  Por pouco tempo. Um desequilíbrio de dois minutos e dois gols dos cavaleiros do forró. Pura desatenção. Manoel e companhia deveriam estar com inveja do meu prato de delícias.

Vamos atrás dos dois gols de diferença, nada de segunda partida. Pedi e ganhei rapidinho. João Paulo lança Éderson, o nove com um toque livra-se da marcação de dois, com outro bota a redonda para nanar na rede ao anoitecer do primeiro tempo.

A madrugada do jogo é toda atleticana. A melhor técnica, o preparo físico superior determinam um predomínio evidente, pouco molestado pelos valentes potiguares. Aos 22, Marcão substitui Éderson, aos 26, no escanteio cobrado pela esquerda, Cleberson cabeceia na trave e no rebote Manoel marca o quinto. Um naco espetacular de algo definido como Premium é servido, lá vou eu cheio de animação pegar uma fatia bem passada.

Falta ainda o gol do Douglas Coutinho, o artilheiro dos últimos minutos. O menino já tem sua torcida, gente que quer vê-lo crescer. Ele sabe, ele marca. O Atlético avança pela esquerda, Botelho se infiltra pelo meio, recebe e passa ao artilheiro. A finalização forte determina o gol que faltava, o fim da adição rubro-negra. Conto seis a dois, o professor de matemática faz sinal de positivo.

Os sorvetes estão sendo tirados da geladeira. O pessoal quer saber o título da coluna, outro, um craque das palavras, na brincadeira pede um abraço. Foi uma noite calorosa, inesquecível, daquelas para você contar a história começando por “era uma vez fui jantar com amigos rubro-negros de fé...” e terminar com agradecimentos pelo convite generoso, pela especial acolhida de toda a família, e, a pedido, mandar um abraço para o Rafael.

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