Que não se perca a real
perspectiva do jogo, o Atlético perdeu para os reservas do Fluminense. Com
todas as chances para arrancar bem no Brasileiro, perdeu. Jogou bem, teve volume
de jogo, movimentação, finalizou mais, Berna fez grandes defesas, mas no final
da pelada, contra um misto de reservas e garotos catados em Xerem, diminuta
torcida a favor do tricolor, o placar mostrava a vitória do Flu. Não
aproveitamos. A pergunta é: por que perdeu?
Perdeu porque a defesa
falhou nos poucos momentos em que foi atacada. No primeiro gol, mal
posicionada, a bola foi lançada nas costas de Manoel, Cleberson chegou dando um
carrinho maluco dentro da área, pênalti claro. No segundo, João Paulo marcou tudo
menos o cruzamento de Sobis que foi encontrar o atacante livre no meio da área.
Aí a diferença. Em quatro ou cinco lances que o Flu chegou ao ataque, fez dois
gols, o raio caiu duas vezes no mesmo lugar.
O mau posicionamento
defensivo é falha de cabelos brancos. Toda criança torcedora do Ceará, do
Criciúma, do Guarani sabe que o Atlético avança sua defesa em linha, a bola
longa é mortal. Alguns erros irritam pela repetição continuada, todo mundo sabe
e eles voltam a acontecer. No final da série B resolveram deixar o Deivid um
pouco mais atrás para fazer a cobertura, parece que esqueceram, só para me
aborrecer.
Inacreditável foi a
pavorosa partida de Pedro Botelho. O jogador errou tudo na defesa, no ataque,
no meio de campo, toda vez que tocou na bola fez uma bobagem. No ataque pegou
umas quatro com liberdade para cruzar e não acertou sequer o meio da área. É
bom colocar uma placa de perigo no setor.
Perigo maior é acreditar
que fizemos um bom jogo, tivemos azar, merecíamos vencer. Vou repetir, o
Atlético perdeu para os reservas do Fluminense. Temos que tirar luz do péssimo
resultado. Subestimamos o adversário, fomos ao ataque, descuidamos da defesa e
tomamos dois que não conseguimos reverter.
Não teremos mais nenhuma
baba dessas pela frente. Ou entendemos o tamanho do nosso sapato, que evitar o
gol é fundamental, que na defesa não se podem correr riscos, ou vamos sair de
todos os jogos com o inútil discurso da injustiça. Se não entendermos que a
longa pré-temporada não nos dá o direito de correr todo o nosso fôlego no
primeiro tempo, que a bola tem que correr mais que o jogador, teremos muitas
dificuldades.
O retorno para a
primeira divisão foi dura lição. Tivemos ação na partida, chegamos ao ataque
por todos os lados, finalizamos, inexistiu o desânimo, erramos na defesa,
perdemos. Melhor pensar que foi outro daqueles horríveis jogos-treino contra
times minúsculos, com resultados pífios.
Nhô Drub tem que equilibrar
esse time, é o Campeonato Brasileiro série A, por ordem na defesa, foi seguro
na cozinha e eficaz no ataque que seu companheiro Abel levou o Flu ao
campeonato em 2012. Pelo jeito, a cartilha continua a mesma. O mineirinho tem
três dias para recuperar o moral da equipe, faltam poucas horas para o jogo
contra o Cruzeiro que meteu cinco no Goiás, deixou sua torcida encantada no
Independência.
O Atlético fez bela
homenagem ao seu torcedor no intervalo do jogo, mais do que justa. Pelo
sofrimento que suporta, o torcedor merece um pouco de carinho.
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