domingo, 12 de maio de 2013

VAI DORMIR COM A DAPHNY

O amigo de tantas chuvas e trovoadas, menino de ouro, diz que receoso com a preocupação legítima do meu porteiro coxa foi ao treme-treme conversar com o principal atacante alviverde e ficou sabendo que as ervilhas estão preparadas. Se foi, tinha dúvidas. Continua: “Voltei mais calmo e acreditando que domingo faremos, enfim, um grande jogo e vamos fazer valer a nossa força dentro do Couto. É esperar para ver!!!” O filhote está preocupado.

Dono de um lar democrático, contou sua história à esposa atleticana da melhor qualidade e foi informado do seu destino cruel. Disse a estupenda rubro-negra, hoje justamente homenageada: “Você é corajoso mesmo...Se o coxa perder... Vai dormir no canil com a Daphny!!!”. Fico imaginando o tamanho da nossa lady Daphny e preocupado se haverá lugar para o amigo no solar no fundo do quintal.

Que o meu guerreiro de tantos perrengues é corajoso eu sei, e ele sabe que nessas horas é olho no olho. Se falou com Deivid viu que os olhos do atacante são as janelas da incerteza, os olhos de quem sabe fazer, porém, não arrasta ninguém ao furacão da batalha. Aí, o guerreiro sabe, de que adianta?

Se falou com Alex, falou com alguém mais preocupado do que ele, suas últimas atuações beiram ao deprimente. Alex desde seu tempo de sub-23 sofria de apagões, foram suas atuações vaga-lume que o afastaram da seleção, agora parece ter esquecido a bateria em casa, ou algum moleque lhe tirou o fio da tomada.

Quando leio o trecho “vamos fazer valer nossa força dentro do Couto”, lembro que pouco tenho falado da nossa maravilhosa torcida. Torcidas conheço muitas, a grande maioria tocada pelo time, resultado favorável, os refrões ecoam pelo estádio, as camisas giram no ar, toda uma corrente positiva entra em funcionamento. Time atrás no placar, silêncio, resmungos, vaias, discussões.

Esse não é o caso da torcida do Furacão. Lembro de Atletiba friorento ainda quando o treme-treme se chamava Belford Duarte, em que os coxas fizeram dois a zero no primeiro tempo e foram acuados por pouco mais de mil atleticanos insuperáveis nas suas capacidades de incentivar o time ao ataque, ao empate e à quase vitória nos minutos finais.

Saí daquele jogo orgulhoso. Toda a tensão imobilizante do mau resultado foi superada e transformada em estímulo poderoso, a demonstração estupenda emudeceu os alviverdes, foram quarenta e cinco minutos de emoção rubro-negra no campo e nas arquibancadas. De lá para cá essa torcida só cresceu em número e em força motivadora.

Vamos precisar de todo esse calor, um calor de noventa minutos sem titubeios. Preparem-se os tambores, os repiques, os instrumentos todos. Preparem-se as gargantas, esqueçam-se as ofensas, gritem-se os nomes, louvem-se os passes de três metros.

Os coxas já estão com a pulga atrás da orelha. Se conseguirmos configurar o link campo-arquibancada, o império emudecerá e tudo ficará mais fácil. Vamos torcedor, vamos meninos, uma força vinda de todos os cantos de Curitiba os acompanhará a cada minuto, suas mães esperam o presente para o final da tarde, elas merecem.

Antevendo a vitória, fico pensando no meu menino de ouro, imaginando que todas as chuvas, todas as madrugadas nevoentas, todos os frios pelos quais passamos irão ajudar. Se a esposa mantiver sua promessa, hoje ele vai dormir com a Daphny.

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