O
bloco do “Neymar eu sozinho” até saiu na frente, permitiu o empate logo na
sequência, sofreu contra o coletivo Timão e viu a festa corinthiana acontecer
em seu próprio aquário. O Peixe parece que não treina, tem jogadores de nível
técnico duvidoso, joga um futebol do tipo vamos ver no que é que dá, inexiste
um esquema claramente definido, a única jogada trabalhada parece ser a bola
parada que rendeu o gol de Cícero.
No
Corinthians os jogadores conhecem seus papéis, cansaram de deixar os atacantes
santistas em impedimento, cansaram de contra-atacar e perder gols na frente de
Rafael, o gol do campeonato saiu de jogada central com troca de passes
terminada em arremate de Danilo, os idosos sempre determinando a sorte das
partidas.
O
jogo fraco tecnicamente, faltas a cada minuto, pode ter sido a última apresentação
de Neymar e Paulinho vestindo as camisas alvinegras que os consagraram. Saindo as
duas estrelas o que sobra nos finalistas do Paulista?
No
Santos fica a defesa veterana, Arouca e Cícero, nada mais de interessante, o
time corre o risco de fazer péssima campanha no Brasileiro. O Peixe que
revelava craques às pencas parece ter fechado as portas da divisão de base. No
Corinthians fica o entrosamento, os disciplinados cumprindo à risca as ordens
de Tite, a estrela de Danilo, o Pato promessa. Algum super craque? Penso que
não. O esforço conjunto será o motor do Timão.
Nas
duas equipes senti falta do craque menino. Não vi nenhum drible, nenhum grande
lançamento, os dribles, a única bola enfiada com precisão saíram dos pés de
Neymar. Acho que a formação dos times nacionais está privilegiando futebol que
nada tem a ver com a história dos grandes jogadores brasileiros, dribladores,
criativos, assistentes surpreendentes, matadores extraordinários.
O
sub-15 do Furacão venceu neste domingo a OSM International Tournament na
Holanda, o sub-23 atropelou na Yokohama Cup na Alemanha, venceu três de quatro
partidas, empatou uma, fez onze gols, não sofreu, joga hoje a final contra o
Viktoria Pilsen podendo se sagrar bicampeão do torneio.
Minha
expectativa é que esses meninos viajantes sejam forçados a treinar fundamentos,
matar a bola com carinho, passar com precisão, cabecear com direção, usar o
drible como arma, cruzar na cabeça do companheiro, desarmar sem falta, jogar em
velocidade. Os títulos no exterior lhes darão confiança, experiência, o perigo
é que se achem prematuramente craques e esqueçam de polir seus chutes, de acreditar
que o drible desmonta defesas.
Na
entrevista de Beckham, o craque inglês que se despede do futebol no PSG, soube
que o maior salário do futebol mundial é o primeiro a chegar e o último a sair
dos treinamentos, sempre foi assim, desde os tempos em que menino foi escudeiro
de Sir Alex Ferguson no Manchester United, outro que se despede. Meninos
rubro-negros, esse é o verdadeiro exemplo a seguir. Só por isso, obrigado
Beckham.
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