segunda-feira, 20 de maio de 2013

OBRIGADO BECKHAM

Após o almoço, do cafezinho encarregado de afugentar o sono, fiquei entre Corinthians e Santos, Atlético Mineiro e Cruzeiro. Já assistira o 3 a 0 que o Galo impôs ao time estrelado no domingo passado, um belo jogo, os amigos do Ronaldinho sobraram na partida. Optei pela final do Paulista na Vila Belmiro, o Santos obrigado a ganhar, a torcida em cima, promessa de muitos gols.

O bloco do “Neymar eu sozinho” até saiu na frente, permitiu o empate logo na sequência, sofreu contra o coletivo Timão e viu a festa corinthiana acontecer em seu próprio aquário. O Peixe parece que não treina, tem jogadores de nível técnico duvidoso, joga um futebol do tipo vamos ver no que é que dá, inexiste um esquema claramente definido, a única jogada trabalhada parece ser a bola parada que rendeu o gol de Cícero.

No Corinthians os jogadores conhecem seus papéis, cansaram de deixar os atacantes santistas em impedimento, cansaram de contra-atacar e perder gols na frente de Rafael, o gol do campeonato saiu de jogada central com troca de passes terminada em arremate de Danilo, os idosos sempre determinando a sorte das partidas.

O jogo fraco tecnicamente, faltas a cada minuto, pode ter sido a última apresentação de Neymar e Paulinho vestindo as camisas alvinegras que os consagraram. Saindo as duas estrelas o que sobra nos finalistas do Paulista?

No Santos fica a defesa veterana, Arouca e Cícero, nada mais de interessante, o time corre o risco de fazer péssima campanha no Brasileiro. O Peixe que revelava craques às pencas parece ter fechado as portas da divisão de base. No Corinthians fica o entrosamento, os disciplinados cumprindo à risca as ordens de Tite, a estrela de Danilo, o Pato promessa. Algum super craque? Penso que não. O esforço conjunto será o motor do Timão.

Nas duas equipes senti falta do craque menino. Não vi nenhum drible, nenhum grande lançamento, os dribles, a única bola enfiada com precisão saíram dos pés de Neymar. Acho que a formação dos times nacionais está privilegiando futebol que nada tem a ver com a história dos grandes jogadores brasileiros, dribladores, criativos, assistentes surpreendentes, matadores extraordinários.

O sub-15 do Furacão venceu neste domingo a OSM International Tournament na Holanda, o sub-23 atropelou na Yokohama Cup na Alemanha, venceu três de quatro partidas, empatou uma, fez onze gols, não sofreu, joga hoje a final contra o Viktoria Pilsen podendo se sagrar bicampeão do torneio.

Minha expectativa é que esses meninos viajantes sejam forçados a treinar fundamentos, matar a bola com carinho, passar com precisão, cabecear com direção, usar o drible como arma, cruzar na cabeça do companheiro, desarmar sem falta, jogar em velocidade. Os títulos no exterior lhes darão confiança, experiência, o perigo é que se achem prematuramente craques e esqueçam de polir seus chutes, de acreditar que o drible desmonta defesas.

Na entrevista de Beckham, o craque inglês que se despede do futebol no PSG, soube que o maior salário do futebol mundial é o primeiro a chegar e o último a sair dos treinamentos, sempre foi assim, desde os tempos em que menino foi escudeiro de Sir Alex Ferguson no Manchester United, outro que se despede. Meninos rubro-negros, esse é o verdadeiro exemplo a seguir. Só por isso, obrigado Beckham. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário