sexta-feira, 24 de maio de 2013

ASSIM TÃO PELUDO

Acordo no meio da noite com um pesadelo horroroso, o filme com detalhes terríveis mostra a sexta-feira no calendário e estou me preparando para assistir o jogo do meu Furacão, o adversário o ASA de Arapiraca na abertura da série B. Levanto, tomo um copo d’água e fico me perguntando o porquê do sonho angustiante. Algo no dia anterior me causou a forte impressão causadora do acordar em calafrios. Penso e descubro.

A culpa foi do meu coração peludo. Lendo a notícia de que a torcida do Atlético era a quinta mais temida em pesquisa com jogadores das séries A e B, atrás apenas de Corinthians, Flamengo, Atlético MG e Grêmio, descubro que a Gralha furiosa aninhou-se junto às torcidas do Palmeiras, Avaí, Sport e Ceará. Imaginei que se os presidentes desses clubes se organizassem e fossem em conjunto à Wolkswagen poderiam conseguir bom desconto na aquisição de Kombis envenenadas para o futebol.

A minha maldade – o coração peludo jamais fica impune – e a recente e traumática passagem do Rubro-Negro pelas agruras da segundona conduziram meus pensamentos ao sonho que não desejo nem aos coritibanos. Por falar nos coxas, nenhum dos entrevistados citou a torcida do ramo das hortaliças, ficou atrás até das fanáticas torcidas do São Caetano e Portuguesa.

A conclusão é evidente. A idosa Bengala Azul do Adalberto Campanella causa mais temor que a imperial torcida coxa-branca. A conclusão não é maldosa, não é fruto do meu coração peludo, é estatisticamente verdadeira.

Sem base em qualquer estatística, apenas animada pelo meu sentimento de torcedor, minha expectativa para o jogo contra o Flu é cada vez mais otimista.

Botelho, que estreia na série A, diz de boca cheia: “Temos um time guerreiro que vai buscar seu espaço... Tivemos uma preparação muito boa e podemos mostrar que temos condições de chegar bem. Vamos demonstrar que somos um time forte”.

Ederson, outro a estrear na primeirona, vai na mesma toada: “A equipe do Fluminense é qualificada, mas estamos trabalhando forte e tratando os treinos como se fossem jogos para darmos o nosso melhor sempre".

Pela tom da entrevista, Nhô Drub fez seu dever de casa: "Venho assistindo os jogos dos nossos adversários desde o início do ano, mapeando e analisando os scouts das equipes. O Fluminense deve mudar algumas peças do time que jogou ontem [quarta-feira], na Libertadores, mas estamos bem preparados para tudo que possa ocorrer no domingo".

O discurso está afinado. Seu Moracy dos trotes e flexões diz que em termos de preparação física tudo foi feito, o time está tinindo, esta última semana foi apenas de lapidação. Além de tudo isso, o Atlético tem história, não é a primeira vez que vai enfrentar o Flu, Marcelo já fez gol no tricolor no Maracanã quando tinha 17 anos. Tenho que estar confiante.

Antes de terminar, dou um pulo no site e vejo o placar do jogo no treme-treme: Coritiba 1 x Naça Mata Tetra 0. Jogo encerrado. Não deu para o mentalmente forte Alex. O coxa ficou pelo caminho. Confesso que meu deu dó, afinal, sou uma alma piedosa, meu coração não é assim tão peludo.

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