Sei
que não é esta a intenção de quem assim fala, mas dá uma sensação de
descrédito, de que a sorte de alguma forma foi preponderante para a
participação em mais um Atletiba que decidirá o campeonato Parananense.
Desconsidera o trabalho duríssimo conduzido por todos para a ansiada entrada em
campo hoje na Vila Olímpica.
Esquece
o quanto os meninos tiveram que ouvir a torcida clamar pelo time principal, passar
por cima de todo o negativismo, acumular pontos, empatar com o Londrina, que só
não venceu o turno por imposição da arbitragem, e liquidar o alviverde em
partida estupenda, carimbando o passaporte vermelho e preto para a final de
hoje. Se no futebol houvesse justiça, Atlético e Londrina seriam os principais
atores destes dois últimos espetáculos.
Quem
assistiu ao 3 a 1 na Boqueixada sabe que o Atlético foi superior em parcela
significativa dos noventa minutos. Impediu as principais peças adversárias de atuar
decisivamente, foi preciso nas finalizações, venceu com méritos. O treinador
coxa admitiu a superioridade rubro-negra, o presidente alviverde classificou a
partida atleticana de maravilhosa.
Para
dar uma animada, chamou a rapaziada para um rango na sua casa, puxou orelhas,
disse da importância da vitória. Cuidadoso, manteve o time titular em Curitiba,
mandou o reserva para o jogo com o Sousa na Paraíba. Se a molecada não causa
medo, para que tantos cuidados?
Os
piás ainda têm 180 minutos para jogar, cumprir o papel que lhes é de direito.
Eles lutaram por esse direito, ganharam a confiança da torcida que correu para
habilitar seus smarts, amanhecerá desejando o voar do tempo para vê-los entrar
em campo, estará com eles, os incitará à vitória.
Nos capítulos
finais da novela, a trama ganha em dramaticidade, os nervos ficam à flor da
pele, os atores esbanjam talento nas suas participações. Impossível cometer um
deslize, perder a cabeça, tentar a firula desnecessária para roubar a cena,
faltar uma mínima gota de suor, descumprir a orientação do diretor.
O cenário
está montado, os atores se credenciaram para seus papéis, o público aguarda
angustiado. O abrir das cortinas desencadeará as tantas emoções de que fala o
Rei Roberto Carlos. Os meninos estão prontos para elas. A torcida vai ajudar. Nunca
será demais fazer coro com o Prof. Berna e pedir pela mão de Deus. Se é verdade
que Deus ajuda a quem cedo madruga, o negócio e acreditar sempre. Ele vai
ajudar.
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