Com João Paulo avançado,
vértice de todas as jogadas, e Deivid recuado, a segurança da defesa, o
Atlético caminhava bem. O Cruzeiro pouco incomodava, com os laterais bloqueados
forçava as jogadas individuais em busca das faltas nas proximidades da área.
O domínio pouco demorou
a dar lucro. Felipe tocou para o meio da área e encontrou Botelho livre na
marca do pênalti. O chute com a perna ruim colocou a bola na rede. No meu
cebola, 7 minutos. Agora é ter calma, manter a posse de bola, forçar pela
direita, o lado escolhido por Nhô Drub para atacar.
Assim foi e, aos 28,
Manoel fez seu segundo gol no Brasileiro. Falta batida por João Paulo, o
capitão completou de cabeça. Se já estava bom, com dois a zero era só segurar
na defesa, continuar assustando no ataque.
Tudo ia bem quando aos
43, em escanteio pela esquerda, a bola pipocou dentro da área, Dedé tocou fraco
e ela foi irritante para o fundo do gol. Que hora! Podíamos ter seguido para o
vestiário com placar ótimo. Não deu. O gol fortaleceria o ânimo da Raposa, a
motivação para o segundo tempo fora conseguida em campo, Marcelo Oliveira
poderia economizar sua prosa.
Sai a bola, o recuo para
o zagueiro, o lançamento longo, Manoel divide o cabeceio, a irritante se
oferece entre Cleberson e Derlei, um atrapalho, a danada sobra para Luan
fuzilar no canto. Quatorze segundos e o jogo estava empatado. Todo o esforço,
todo o bom futebol de 43 minutos foram inúteis.
A partir do gol foram
seis minutos de horror, o Cruzeiro andou para virar, o desequilíbrio só acabou
com o cabeceio de Borges livre nas mãos de Weverton.
Os técnicos trabalharam.
Douglas Coutinho entrou no lugar de Everton, Ricardo Goulart substituiu Borges
contundido. A partir daí o jogo ficou aberto, mais para pelada em campo ruim,
os dois times perderam gols, cansaram, a sorte em um lance isolado poderia ter
dado a vitória a qualquer das equipes.
Nhô Drub ainda tiraria Éderson
para colocar Marcelo pela direita, compondo o ataque com Marcão pelo meio e
Coutinho pela esquerda. Neste momento, Felipe já estava agonizante, João Paulo
enfiado entre os zagueiros, mesmo assim, aos 28, Felipe passou a Marcelo aberto
na entrada da área, o papa-léguas bateu forte, Fábio defendeu, no rebote
Marcelo finalizou novamente sobre a barreira humana, um passe para companheiro
livre e a vitória poderia ter acontecido.
A fome é problema do
ataque atleticano. Éderson chuta todas que caem em seus pés, Marcelo poderia
ter passado. O jogo é coletivo, como diria Neném Prancha, “quem pede tem
preferência, quem se desloca recebe”, e eu acrescento, quem livre suplica na
frente do gol tem que receber. O grupo está acima do jogador.
O Atlético tomou dois
gols em dois minutos contra o América de Natal, dois contra os reservas do Flu,
dois contra a Raposa, um deles relâmpago. A média é alta. Definitivamente, a
fome na sala de jantar atrapalha, mas o problema real está na cozinha. Tudo tem
conserto. Necessário é entender que o período dos jogos-treino acabou, agora
valem três pontos, o conserto é para ontem.
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