Vou
dar um salto e chegar logo no aniversário do Matheus, seis anos, neto de
rubro-negro de fé, filho de coxa, sabe o Senhor no que vai dar. Vai dar um
grande homem, um homem de bem, isso é o que interessa. Lá encontro pai
paranista que me aponta uma menina linda, sua filha, diz ele atleticana de
quatro costados, puxou pela mãe, olha a mãe fazendo bem o seu trabalho.
Passo
de imediato ao meu caloroso abraço rubro-negro, pergunto a ela sobre a final do
campeonato e ouço a resposta maravilhosa: “Deixa para eles o ruralzão, é a
Champions League deles.” Descubro que a menina não é só linda, é inteligente,
tem bom humor, sabe dar a volta nas pequenas dificuldades, outra fadada ao
sucesso. A torcida feminina mais bonita do Brasil não para de crescer.
Voltemos
ao rádio. Alguém advoga a convocação de Ronaldinho Gaúcho para a seleção,
justifica com Zé Roberto, fala do craque da década de setenta que saía das noitadas
direto para o campo para decidir partidas. Desligo o rádio. “Já?”, pergunta a
esposa. Balanço a cabeça negativamente e permaneço em silêncio.
Zé
Roberto foi um craque. O amigo sabe onde foi parar? Quantas vezes serviu à
seleção? Em que grande clube brasileiro jogou? Em quantos documentários sobre o
fantástico futebol dos anos setenta apareceu? Quando parou? Por quem é
lembrado?
Zé
Roberto fez carreira no Coritiba e acabou no Atlético vítima de contusões. É um
exemplo de raro talento natural e só. Ficou na história apenas pela capacidade
de conseguir sair da noite para o campo e decidir. É um exemplo do que não
fazer, a não ser seguido em momento algum.
Só
falta candidato a craque ainda nas categorias de base ouvir e achar que pode
beber todas, com algum talento vai ganhar a vida em futebol exigente de preparo
físico exemplar, 12 quilômetros a correr por partida. Meus irmãos, tem idade para
se aposentar, vive de saudades, tem dificuldade para entender os novos tempos,
se aposenta, vai fazer palavras cruzadas, viajar, cuidar da saúde, fazer um
curso de crochê.
Por
falar em base, Santos, Léo, Rafael Zuchi, Marcos Guilherme, Zezinho, Crislan e
Douglas Coutinho foram integrados ao grupo do time principal rubro-negro. O meu
preferido, Hernani, viajou com o Hurricane International Super-23
em sua Euro Tour 2013. Hernani deve falar alemão, quem sabe
holandês, vai ajudar como intérprete na excursão, inexiste outro motivo para o
menino não estar disputando posição com Deivid, outra fera da base.
Para
Hernani eu repetiria a frase dessa mocidade criativa que ouvi e gostei: “No fim
tudo acaba bem, se ainda não acabou é por que o fim ainda não chegou”. Vamos
menino, olho na bola, ouvido nos bons conselhos.
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